O CLONE DO TIOZINHO
Perdida
entre a densa vegetação da Mata Atlântica a pequena cidade sobrevivia da pesca
de subsistência, do turismo religioso, agricultura familiar e politicagem. As
pessoas eram risonhas e francas, adoravam um foguetório e mantinham intactas
tradições seculares. No passado as classes sociais eram divididas entre quem
possuía um cavalo, uma canoa, uma carroça ou charrete. Quando o progresso deu
as caras tudo mudou. O pobre subia de nível ao comprar uma bicicleta e sonhava
em comprar uma moto. O que possuía uma moto queria um carro, os motorizados
esnobavam os pedestres… Todos comiam Manjuba e arrotavam Robalo.
entre a densa vegetação da Mata Atlântica a pequena cidade sobrevivia da pesca
de subsistência, do turismo religioso, agricultura familiar e politicagem. As
pessoas eram risonhas e francas, adoravam um foguetório e mantinham intactas
tradições seculares. No passado as classes sociais eram divididas entre quem
possuía um cavalo, uma canoa, uma carroça ou charrete. Quando o progresso deu
as caras tudo mudou. O pobre subia de nível ao comprar uma bicicleta e sonhava
em comprar uma moto. O que possuía uma moto queria um carro, os motorizados
esnobavam os pedestres… Todos comiam Manjuba e arrotavam Robalo.
Foi
nesta cidadezinha, onde todos gostavam de ser apontados pelos bens materiais
que possuíam que nasceu um garoto esperto. Seu nome? Não importa. O menino veio
ao mundo como um novo messias, aquele que mudaria para sempre e quem sabe para
melhor o destino da vetusta cidade. Seus pais esforçaram-se para que obtivesse
a melhor educação. Alem dos estudos básicos aprendeu pintura, música, teatro,
corte e costura, fez curso de maquiagem, cabeleireiro, manicure e afins. O guri
era um gênio nato em roubar ideias alheias, um bajulador sem criatividade.
Tornou-se um pau mandado dos poderosos de plantão. Graças ao extremo servilismo
galgou todos os degraus que levam a má fama.
nesta cidadezinha, onde todos gostavam de ser apontados pelos bens materiais
que possuíam que nasceu um garoto esperto. Seu nome? Não importa. O menino veio
ao mundo como um novo messias, aquele que mudaria para sempre e quem sabe para
melhor o destino da vetusta cidade. Seus pais esforçaram-se para que obtivesse
a melhor educação. Alem dos estudos básicos aprendeu pintura, música, teatro,
corte e costura, fez curso de maquiagem, cabeleireiro, manicure e afins. O guri
era um gênio nato em roubar ideias alheias, um bajulador sem criatividade.
Tornou-se um pau mandado dos poderosos de plantão. Graças ao extremo servilismo
galgou todos os degraus que levam a má fama.
Sabujo
com quem detinha o poder e arrogante com os menos favorecidos, humilhava,
maltratava, perseguia por pura inveja quem ousava mostrar a realidade. Os que
com ele conviviam conhecia as múltiplas faces da negra criatura em que se transformara.
O povo sempre pronto a aplaudir aos pilantras, aos desonestos, aos farsantes,
tinha-no em alta estima e consideração.
com quem detinha o poder e arrogante com os menos favorecidos, humilhava,
maltratava, perseguia por pura inveja quem ousava mostrar a realidade. Os que
com ele conviviam conhecia as múltiplas faces da negra criatura em que se transformara.
O povo sempre pronto a aplaudir aos pilantras, aos desonestos, aos farsantes,
tinha-no em alta estima e consideração.
Na
pequena cidade muitos fatos estranhos passavam despercebidos, peças raras de
valor inestimável eram furtadas sem arrombamento de museus sacros, placas de
bronze comemorativas a eventos históricos desapareciam. Moveis e antiguidades,
relíquias sumiam sem deixar rastro. O ladrão sorrateiro agia na calada da
noite, um desafeto sem querer querendo deu uma pista… Que maldade! O tiozinho
de ouro podia ser tudo, um boquirroto, um aproveitador dos bens públicos, um
destruidor da moral alheia, um sacripanta, um paquerador de seguranças… Não!
Não era o larápio das peças raras. O informante se confundira e o ladrão era
alguém muito parecido com o tiozinho, um sósia, um Clone!
pequena cidade muitos fatos estranhos passavam despercebidos, peças raras de
valor inestimável eram furtadas sem arrombamento de museus sacros, placas de
bronze comemorativas a eventos históricos desapareciam. Moveis e antiguidades,
relíquias sumiam sem deixar rastro. O ladrão sorrateiro agia na calada da
noite, um desafeto sem querer querendo deu uma pista… Que maldade! O tiozinho
de ouro podia ser tudo, um boquirroto, um aproveitador dos bens públicos, um
destruidor da moral alheia, um sacripanta, um paquerador de seguranças… Não!
Não era o larápio das peças raras. O informante se confundira e o ladrão era
alguém muito parecido com o tiozinho, um sósia, um Clone!
Um
Clone! Foi assim que surgiu mais uma lenda urbana. O tiozinho é boa gente, uma
pessoa humilde e dedicada ao bem comum. O malvado, o arrogante, o ladrão é o Clone…
Cidade pequena onde a falsidade tem nome e endereço, onde todos se conhecem,
onde o que acontece na noite é negado à luz do sol, onde todos os pecados são
cometidos e negados, cidade sem cobrança dos desmandos que atravancam o
progresso… Palmas para o Clone! Aplausos à mediocridade e à safadeza.
Clone! Foi assim que surgiu mais uma lenda urbana. O tiozinho é boa gente, uma
pessoa humilde e dedicada ao bem comum. O malvado, o arrogante, o ladrão é o Clone…
Cidade pequena onde a falsidade tem nome e endereço, onde todos se conhecem,
onde o que acontece na noite é negado à luz do sol, onde todos os pecados são
cometidos e negados, cidade sem cobrança dos desmandos que atravancam o
progresso… Palmas para o Clone! Aplausos à mediocridade e à safadeza.
Gastão Ferreira/2012
Gastão Ferreira começou a publicar seus textos aos 13 anos. Reconhecido por suas crônicas e poesias premiadas, suas peças de teatro alcançaram grandes públicos. Seus textos e obras estão disponíveis online, reunidos neste blog para que todos possam desfrutar de sua vasta e premiada produção.