O BAGRE SOLITÁRIO
Há
muitos e muitos anos, num lugar longínquo conhecido como “Fim de Mundo”, viveu
um pequeno peixe de nome Mandi. Nasceu junto a milhares de irmão e irmãs, foi
numa piracema e sua primeira lembrança não era nada feliz, quase fora devorado
por uma Piranha. Escapou por pouco, mas de sua numerosa família não restou
ninguém.
muitos e muitos anos, num lugar longínquo conhecido como “Fim de Mundo”, viveu
um pequeno peixe de nome Mandi. Nasceu junto a milhares de irmão e irmãs, foi
numa piracema e sua primeira lembrança não era nada feliz, quase fora devorado
por uma Piranha. Escapou por pouco, mas de sua numerosa família não restou
ninguém.
Sentia-se
um pequeno bagre solitário, ferido, sem amigos, sem ter aprendido nada sobre a
vida foi seguindo as águas do riacho em que fora um alegre e esperto alevino. O
singelo córrego encontrou uma nova torrente e misturou suas águas com as delas.
Mandi encontrou seu primeiro amigo, um jovem e esperto lambari chamado Nando.
um pequeno bagre solitário, ferido, sem amigos, sem ter aprendido nada sobre a
vida foi seguindo as águas do riacho em que fora um alegre e esperto alevino. O
singelo córrego encontrou uma nova torrente e misturou suas águas com as delas.
Mandi encontrou seu primeiro amigo, um jovem e esperto lambari chamado Nando.
O
bagrinho contou ao novo amigo sua história e Nando falou uma frase de sua
autoria que encantou Mandi; – “Riacho que tem piranha, jacaré nada de costas!”,
como ele não sabia o que era um jacaré e achou lindo o ditado, vivia repetindo
a máxima para todo o peixe que encontrava.
bagrinho contou ao novo amigo sua história e Nando falou uma frase de sua
autoria que encantou Mandi; – “Riacho que tem piranha, jacaré nada de costas!”,
como ele não sabia o que era um jacaré e achou lindo o ditado, vivia repetindo
a máxima para todo o peixe que encontrava.
Nando
e Mandi estavam maravilhados pelo que viam quando saltavam sobre as águas e
espiavam a margem do córrego. Plantações de arroz, mandiocais, árvores
frutíferas, vacas, cabras, cães e crianças… Um mundo que mudava em cada curva
do sonolento riacho.
e Mandi estavam maravilhados pelo que viam quando saltavam sobre as águas e
espiavam a margem do córrego. Plantações de arroz, mandiocais, árvores
frutíferas, vacas, cabras, cães e crianças… Um mundo que mudava em cada curva
do sonolento riacho.
O
riacho encontrou um caudaloso rio, Mandi pensou que o rio fosse o pai de todos
os riachos e córregos, pois muitos córregos e riachos desembocavam nele. Agora
já era um adolescente, aprendera muita coisa. Sabia de quais peixes não devia
se aproximar. Qual o melhor petisco para saciar a fome e que minhoca era o
prato predileto dos de sua espécie. Uma vez devorara metade de uma minhoca e do
primeiro verme um peixe nunca esquece, estava doidinho para encontrar outra.
riacho encontrou um caudaloso rio, Mandi pensou que o rio fosse o pai de todos
os riachos e córregos, pois muitos córregos e riachos desembocavam nele. Agora
já era um adolescente, aprendera muita coisa. Sabia de quais peixes não devia
se aproximar. Qual o melhor petisco para saciar a fome e que minhoca era o
prato predileto dos de sua espécie. Uma vez devorara metade de uma minhoca e do
primeiro verme um peixe nunca esquece, estava doidinho para encontrar outra.
O
rio se chamava Rio Ribeira, passava por muitas cidades, vilas, sítios e um dia
chegaria ao mar. O mar era o pai de todos os rios. O lugar onde um rio morria e
renascia… O rio era doce e o mar era salgado, as águas do rio evaporavam,
viravam nuvens, viajavam pelos céus e caiam feito chuva, davam vida aos
pequenos córregos que formariam rios. Assim um rio nunca morre apenas se
transformava… Fantástico!
rio se chamava Rio Ribeira, passava por muitas cidades, vilas, sítios e um dia
chegaria ao mar. O mar era o pai de todos os rios. O lugar onde um rio morria e
renascia… O rio era doce e o mar era salgado, as águas do rio evaporavam,
viravam nuvens, viajavam pelos céus e caiam feito chuva, davam vida aos
pequenos córregos que formariam rios. Assim um rio nunca morre apenas se
transformava… Fantástico!
Estava
quase chegando à foz do rio, o local do encontro mágico. Muitos barcos passavam
sobre as águas, um perigo! Mandi nadou para a margem e avistou uma suculenta
minhoca que parecia acenar para ele; – “Uma minhoca solitária e toda minha!”
pensou e abocanhou o petisco. Imediatamente foi alçado para fora do rio… Que
horror! Sentiu a falta da mãe água, estava morrendo da maneira mais vil…
Desmaiou.
quase chegando à foz do rio, o local do encontro mágico. Muitos barcos passavam
sobre as águas, um perigo! Mandi nadou para a margem e avistou uma suculenta
minhoca que parecia acenar para ele; – “Uma minhoca solitária e toda minha!”
pensou e abocanhou o petisco. Imediatamente foi alçado para fora do rio… Que
horror! Sentiu a falta da mãe água, estava morrendo da maneira mais vil…
Desmaiou.
Quando
acordou estava no paraíso… Só podia ser o céu… Tudo transparente… Água
límpida e na temperatura certa, comida a vontade e milagre dos milagres, seu
velho amigo Nando também estava no céu. O nome do paraíso era aquário, informou
o lambari Nando.
acordou estava no paraíso… Só podia ser o céu… Tudo transparente… Água
límpida e na temperatura certa, comida a vontade e milagre dos milagres, seu
velho amigo Nando também estava no céu. O nome do paraíso era aquário, informou
o lambari Nando.
Foi
nesse local que conheci um peixinho conhecido cientificamente como Pimelodella
Transitória, um pequeno mandi-chorão ou manditinga. Vivia numa prisão e achava
que estava no paraíso… Muitos humanos por ignorância também moram em prisões
e por desconhecerem a grandeza da vida, as opções do aprendizado, teimam dentro
da pobreza mental e material em que vivem a se sentirem num paraíso.
nesse local que conheci um peixinho conhecido cientificamente como Pimelodella
Transitória, um pequeno mandi-chorão ou manditinga. Vivia numa prisão e achava
que estava no paraíso… Muitos humanos por ignorância também moram em prisões
e por desconhecerem a grandeza da vida, as opções do aprendizado, teimam dentro
da pobreza mental e material em que vivem a se sentirem num paraíso.
Gastão Ferreira/2012
Gastão Ferreira começou a publicar seus textos aos 13 anos. Reconhecido por suas crônicas e poesias premiadas, suas peças de teatro alcançaram grandes públicos. Seus textos e obras estão disponíveis online, reunidos neste blog para que todos possam desfrutar de sua vasta e premiada produção.