NO FORMIGUEIRO
O
dia amanhecera tranqüilo. O formigueiro estava despertando lentamente. As
formigas operarias já haviam se alimentado e se dirigiam ao trabalho. A classe
dominante ainda dormia, a noite fora farta em comes e bebes, e como sempre a festança
acabara tarde.
dia amanhecera tranqüilo. O formigueiro estava despertando lentamente. As
formigas operarias já haviam se alimentado e se dirigiam ao trabalho. A classe
dominante ainda dormia, a noite fora farta em comes e bebes, e como sempre a festança
acabara tarde.
As operarias
dirigiram-se a floresta em busca de comida. Tinham que agir com o máximo de
cuidado, hoje levavam consigo pela primeira vez uma inocente formiguinha que
desconhecia totalmente o mundo exterior.
dirigiram-se a floresta em busca de comida. Tinham que agir com o máximo de
cuidado, hoje levavam consigo pela primeira vez uma inocente formiguinha que
desconhecia totalmente o mundo exterior.
A formiguinha
bobinha como só podia ser uma inocente aprendiza, estava embriagada com as
novidades e tudo observava. Ávida para tudo contar às coleguinhas que ainda não
podiam sair do formigueiro.
bobinha como só podia ser uma inocente aprendiza, estava embriagada com as
novidades e tudo observava. Ávida para tudo contar às coleguinhas que ainda não
podiam sair do formigueiro.
Notou o sol
imenso e luminoso. O céu azul sem fim. Arvores com folhagens deslumbrantes.
imenso e luminoso. O céu azul sem fim. Arvores com folhagens deslumbrantes.
O vento que
soprava mansamente. A água que corria murmurando sobre seixos coloridos. Pedras
imóveis e mudas, majestosas em sua solidão. Extasiava-se perante tanta beleza e
dizia: – o Grande Formigão, o que tudo fez! É um pai generoso. Olha como foi
bondoso comigo! Quanta comida! Quanta fartura! Quanta… foi levada pelos ares
por um sabiá para alimentar seus filhotes.
soprava mansamente. A água que corria murmurando sobre seixos coloridos. Pedras
imóveis e mudas, majestosas em sua solidão. Extasiava-se perante tanta beleza e
dizia: – o Grande Formigão, o que tudo fez! É um pai generoso. Olha como foi
bondoso comigo! Quanta comida! Quanta fartura! Quanta… foi levada pelos ares
por um sabiá para alimentar seus filhotes.
O sabiá que
desde manhãzinha buscava alimento para sua prole, voando em direção ao seu
ninho pensava lá com suas plumas: – O Grande Sabiá, o que tudo fez! É um pai
generoso e bom. Deu-me de presente essa insignificante formiga que alimentará meu
filhote.
desde manhãzinha buscava alimento para sua prole, voando em direção ao seu
ninho pensava lá com suas plumas: – O Grande Sabiá, o que tudo fez! É um pai
generoso e bom. Deu-me de presente essa insignificante formiga que alimentará meu
filhote.
A cobra
descobrira o ninho na noite anterior e aguardara a saída do sabiá para devorar
seu petiz. E enquanto procurava uma moita para enrodilhar-se e digerir
calmamente sua presa, agradeceu: – Oh! Grande Cobra, a que tudo fez! Obrigada
pela farta alimentação.
descobrira o ninho na noite anterior e aguardara a saída do sabiá para devorar
seu petiz. E enquanto procurava uma moita para enrodilhar-se e digerir
calmamente sua presa, agradeceu: – Oh! Grande Cobra, a que tudo fez! Obrigada
pela farta alimentação.
Joaquim matou
a cobra e cuidadosamente tirou o couro, que vendeu para o sapateiro Zé Galvão.
E alegremente agradecia ter ganhado seu sustento diário: – Obrigado meu Deus, o
que tudo fez! Obrigado pelo pão de cada dia… Não terminou a oração, foi
assaltado por um rapaz encapuzado que o deixou desmaiado, sem roupa e sem
dinheiro.
a cobra e cuidadosamente tirou o couro, que vendeu para o sapateiro Zé Galvão.
E alegremente agradecia ter ganhado seu sustento diário: – Obrigado meu Deus, o
que tudo fez! Obrigado pelo pão de cada dia… Não terminou a oração, foi
assaltado por um rapaz encapuzado que o deixou desmaiado, sem roupa e sem
dinheiro.
O encapuzado
comprou a sua dose diária de Crack e entrou a viajar: – Obrigado Paizão, o que
tudo fez! Obrigadúúú… nem chegou a sentir o tiro certeiro bem no meio da testa…
O jornal da cidade noticiou alguns dias depois: – meliante encontrado com a
boca cheia de formigas. Obrigado meu Deus!Por menos um.
comprou a sua dose diária de Crack e entrou a viajar: – Obrigado Paizão, o que
tudo fez! Obrigadúúú… nem chegou a sentir o tiro certeiro bem no meio da testa…
O jornal da cidade noticiou alguns dias depois: – meliante encontrado com a
boca cheia de formigas. Obrigado meu Deus!Por menos um.
Lá em cima,
bem lá em cima Ele balançava a cabeça: – São todos meus filhos! Eu os criei!
Quanto tempo perdido, meu Deus!
bem lá em cima Ele balançava a cabeça: – São todos meus filhos! Eu os criei!
Quanto tempo perdido, meu Deus!
GASTÃO
FERREIRA/IGUAPE
FERREIRA/IGUAPE
gastaoiguape@yahoo.com.br
Gastão Ferreira começou a publicar seus textos aos 13 anos. Reconhecido por suas crônicas e poesias premiadas, suas peças de teatro alcançaram grandes públicos. Seus textos e obras estão disponíveis online, reunidos neste blog para que todos possam desfrutar de sua vasta e premiada produção.