ICAPÁRA

                               NÃOÉ
ABANDONOU A YGARA E IMEDIATAMENTE COMEÇOU A ERGUER UM POVOADO. LEMBRAM QUE
APORTARAM NA LOCALIDADE ALEM DE NÃOÉ, UM TAL BILÚ, NOLINHO , MARGARETH E UM
CACHORRO SARNENTO. COMO NÃOÉ JÁ ERA UM ANCIÃO, DIGO, ESTAVA NA MELHOR IDADE,
NÃO SE IMPORTOU QUANDO NOLINHO E BILÚ INICIARAM UMA APROXIMAÇÃO, DIGAMOS MAIS
INTIMA COM MARGARETH. ERA UMA GRAÇA DE SE VER, O MELHOR PEIXE, A MAIOR BANANA,
O MARACUJÁ MAIS SUCULENTO, O MICO LEÃO MAIS BEM MOQUEADO, TUDO ERA DADO EM
SINAL DE AMOR À MARGARETH, QUE COMEÇOU E NÃO MAIS PAROU DE ENGORDAR. NÃOÉ
EDUCADAMENTE INTERFERIU E ACABOU COM O INSIPIENTE NAMORICO:- PAREM DE ALIMENTAR
ESSA MULHER! PARECE UMA PORCA DE GORDA. DAQUI PARA FRENTE SÓ DEEM ÁGUA DA FONTE
E CASADINHO DE MANJUBA, OU ELA FAZ REGIME OU LIBERO A INDIADA PARA VOCÊS.
                               FOI
SÓ NÃOÉ DAR A NOTÍCIA E BILÚ E NOLINHO FICARAM OURIÇADOS:- CADÊ? CADÊ AS
INDIAS?
                               -ESTÃO
CONSTRUINDO UM SAMBAQUI NAS CERCANIAS! INFORMOU NÃOÉ.
                               -NOSSA
VAMOS TER UMA ESCOLA DE SAMBA NO PEDAÇO? DISSE UMA DESLUMBRADA E LOIRA
MARGARETH.
                               -QUE
ESCOLA DE SAMBA MENINA? PERGUNTOU NÃOÉ.
                               -UÉ!
SE TIVER SAMBA AQUI, ENTÃO TEM ESCOLA DE SAMBA!FALOU MARGARETH.
                              
AÍ MEUS NEURÔNIOS! EXCLAMOU NÃOÉ.
                               DE
COMUM ACORDO E TAMBÉM PORQUE ERA MUITO TRABALHOSO CONSTRUIR UM IMENSO E MODERNO
POVOADO PARA APENAS QUATRO PESSOAS, RESOLVERAM CONHECER O LOCAL ONDE ESTAVA
SITUADA A TRIBO INDIGENA. CAMINHARAM… CAMINHARAM… CAMINHARAM UNS DOZE
QUILÔMETROS E AVISTARAM AS MALOCAS. NÃOÉ ORDENOU:- AQUI PARA!
                               MARGARETH,
A DOURADA, EXCLAMOU BOQUIABERTA:- QUE LINDO NOME!ICAPÁRA.
                              
MAS QUEM COLOCOU ESSE NOME NESSE BELO LUGAREJO? PERGUNTOU NÃOÉ.
                              
O SENHOR SEU NÃOÉ! O SENHOR DISSE ICAPÁRA.
                              
NÃO! MINHA LINDA LEITOINHA OXIGENADA, EU DISSE AQUI PARA, MAS PODEMOS CHAMAR
ESSE APRAZÍVEL LOCAL DE ICAPÁRA, TEM TUDO A VER COM ESSE CHEIRO DE MATO, COM
ESSA ÁGUA E ESSES INDIOS PELADÕES.
                               CHEGARAM
OS SELVAGENS E CERCARAM OS QUATRO CARA PÁLIDAS. APÓS O ESTÁGIO DE
RECONHECIMENTO, ISSO É, APALPA AQUI, CHEIRA ALI, ENFIA O DEDO ALÍ, ALÁ E ACOLÁ,
COMEÇOU A CONFRATERNIZAÇÃO. TUDO PRATO TÍPICO, BUGÍO NO ESPETO, TAINHA NA FOLHA
DE BANANA, QUATÍ GRELHADO, PARATI E PARAMIM NA BRASA, SUCO DE CAJÁMANGA, ARAÇÁ
E BUTIÁ NA CATÁIA.
                               FOI
A MAIOR FESTANÇA. MARGARETH MATOU TODAS AS SUAS FOMES, SÓ NÃO TRANZOU COM O
CACIQUE POR RESPEITO AS SUAS CINCO FEROZES E CIUMENTAS ESPÔSAS. NOLINHO E BILÚ SE
APROVEITARAM TANTO DA CATÁIA QUANTO DAS BELAS, SELVAGENS E NUAS INDIAS
TROPICÁIS, APRENDENDO MUITAS NOVIDADES COM ELAS.
                               FORAM
CONVIDADOS A SE RADICAREM NO LOCAL. NÃOÉ GANHOU UMA MALOCA SÓ PARA SI.
MARGARETH FICOU PARA LÁ E PARA CÁ INDO DE ÓCA EM ÓCA, E BILÚ E NOLINHO SE
AMOCOZARAM NA MALOCA DOS SOLTEIROS E NINGUÉM NUNCA SOUBE O QUE ACONTECEU POR
LÁ.
                               NOVE
MESES APÓS A CHEGADA DA GANGUE, DIGO, DO GRUPO DE NÃOÉ, MARGARETH TEVE DOIS
LINDOS CORUMINS. AS VINTE VIRGENS SOLTEIRAS QUE CUIDAVAM DE NOLINHO E BILÚ
CONTINUARAM SOLTEIRAS, MAS CADA UMA TEVE SEU NENEM BRANQUÉLO. ASSIM COMEÇOU A
MISTURA ÉTNICA CHAMADA CAIÇARA. FOI EM ICAPÁRA QUE TUDO TEVE INICIO E SEGUNDO
OS LIVROS DOS PIRATAS DA BARRA, SERÁ DE LÁ QUE CHEGARÁ O FIM.
                               OS
ESTUDIOSOS PODEM ENCONTRAR O RELATO ACIMA EM SUA ÍNTEGRA NO VOLUME I – CRÔNICAS
DE PINDAÍBA – O INICIO.
GASTÃO FERREIRA/IGUAPE/SP-2009

Deixe um comentario

Livro em Destaque

Categorias de Livros

Newsletter

Certifique-se de não perder nada!