HISTÓRIAS DO ARCO DA VELHA…
Quando o
primeiro caraíba aportou em Pindorama, vindo de Portugal, ficou abismado com a
simplicidade dos silvícolas que habitavam as terras de alem mar. Andavam nus e
moravam em grandes palhoças de pau a pique com paredes de estacas. A cobertura
era de sapé. Chamavam a sua casa de oca e ao conjunto das ocas diziam taba.
primeiro caraíba aportou em Pindorama, vindo de Portugal, ficou abismado com a
simplicidade dos silvícolas que habitavam as terras de alem mar. Andavam nus e
moravam em grandes palhoças de pau a pique com paredes de estacas. A cobertura
era de sapé. Chamavam a sua casa de oca e ao conjunto das ocas diziam taba.
As
muitas crianças eram livres para brincar ao redor das ocas. Aos meninos
apelidavam curumins e as meninas cunhatains. A garotada aprendia tudo na
prática com os próprios pais. Sempre acompanhavam os adultos em suas andanças
na cata de alimentos. Os ameríndios faziam roçados de mandioca, batata doce,
milho, amendoins, feijões, ananás. Colhiam onde encontrava a banana, o araçá, o
araticum, a goiaba, o maracujá, o butiá, a pitanga, o pinhão e dezenas de
outras frutas espalhadas nas matas.
muitas crianças eram livres para brincar ao redor das ocas. Aos meninos
apelidavam curumins e as meninas cunhatains. A garotada aprendia tudo na
prática com os próprios pais. Sempre acompanhavam os adultos em suas andanças
na cata de alimentos. Os ameríndios faziam roçados de mandioca, batata doce,
milho, amendoins, feijões, ananás. Colhiam onde encontrava a banana, o araçá, o
araticum, a goiaba, o maracujá, o butiá, a pitanga, o pinhão e dezenas de
outras frutas espalhadas nas matas.
Pirá, o
peixe flechado da margem dos rios e lagos, era consumido moqueado ou em forma
de paçoca, sempre acompanhado de água servida em moringas ou camucins. Por
vezes tomavam cauim, um vinho feito de caju ou milho mastigado. Também
retiravam dos rios, que denonimavam Pará, o riry, o pitu, o poti ou seja, a
ostra, o camarão escuro e o camarão legítimo.
peixe flechado da margem dos rios e lagos, era consumido moqueado ou em forma
de paçoca, sempre acompanhado de água servida em moringas ou camucins. Por
vezes tomavam cauim, um vinho feito de caju ou milho mastigado. Também
retiravam dos rios, que denonimavam Pará, o riry, o pitu, o poti ou seja, a
ostra, o camarão escuro e o camarão legítimo.
A caça
ao tapir, ao taiaçu (o tateto), ao jacu, a irara, ao quati, a capivara, a
jacutinga, ao jaguará, ao guirá (o pássaro), ao tamanduá, ao tapiti (a lebre),
ao guabiru, a cutia, a preá, ao jacaré, ao inhambu, ao corumbá (o cágado), a
pirapuan (a baleia) era coletiva e muitos caçadores participavam da expedição.
Tanto a caça como a pesca e a coleta de grãos, frutas e raízes eram atividades
comunitárias e o resultado da captura dividido entre todos os membros da tribo.
ao tapir, ao taiaçu (o tateto), ao jacu, a irara, ao quati, a capivara, a
jacutinga, ao jaguará, ao guirá (o pássaro), ao tamanduá, ao tapiti (a lebre),
ao guabiru, a cutia, a preá, ao jacaré, ao inhambu, ao corumbá (o cágado), a
pirapuan (a baleia) era coletiva e muitos caçadores participavam da expedição.
Tanto a caça como a pesca e a coleta de grãos, frutas e raízes eram atividades
comunitárias e o resultado da captura dividido entre todos os membros da tribo.
Ao
nascerem os curumins ganhavam um nome infantil, que trocavam por um nome adulto
após os ritos de passagem, que ocorriam na puberdade. Casavam cedo, aos quinze
anos já eram pais e todo o ciclo se reiniciava. O motivo de constituírem
família em tão tenra idade era que a vida era breve e poucos chegavam aos
trinta anos. A sobrevivência não era fácil, o ambiente era hostil, cobras,
escorpiões, doenças, feras, acidentes e batalhas ceifavam com frequência a vida
dos habitantes da floresta.
nascerem os curumins ganhavam um nome infantil, que trocavam por um nome adulto
após os ritos de passagem, que ocorriam na puberdade. Casavam cedo, aos quinze
anos já eram pais e todo o ciclo se reiniciava. O motivo de constituírem
família em tão tenra idade era que a vida era breve e poucos chegavam aos
trinta anos. A sobrevivência não era fácil, o ambiente era hostil, cobras,
escorpiões, doenças, feras, acidentes e batalhas ceifavam com frequência a vida
dos habitantes da floresta.
Para o
ameríndio a vida era uma doação de Tupã. Entre o nascer e o morrer tudo era
motivo para festa e dança que diziam poracê. Adoravam cantar, competir em luta
corporal, correr, nadar. Os eventos ocorriam na praça central da taba, só os
homens participavam, as crianças olhavam e aprendiam. Os guerreiros pintavam o
corpo de muitas cores, o pajé contava a história dos antepassados, o piaga
falava da vontade dos deuses, o morubixaba dirigia a rotina da taba e o tubixaba
mandava em todas as aldeias da mesma etnia, convocando a guerra e selando a
paz.
ameríndio a vida era uma doação de Tupã. Entre o nascer e o morrer tudo era
motivo para festa e dança que diziam poracê. Adoravam cantar, competir em luta
corporal, correr, nadar. Os eventos ocorriam na praça central da taba, só os
homens participavam, as crianças olhavam e aprendiam. Os guerreiros pintavam o
corpo de muitas cores, o pajé contava a história dos antepassados, o piaga
falava da vontade dos deuses, o morubixaba dirigia a rotina da taba e o tubixaba
mandava em todas as aldeias da mesma etnia, convocando a guerra e selando a
paz.
Nas
noites de lua cheia, ao redor da fogueira, os mitos eram revividos. A Iara
cantava e encantava nas águas doces, o Curupira trazia pesadelos ao preguiçoso,
o Caapora cuidava dos animais, o Saci assustava aos desatentos. A onça, o
macaco, o tucano eram parte da fábula e suas histórias e brincadeiras enchiam
de luz os olhares dos curumins e cunhatains.
noites de lua cheia, ao redor da fogueira, os mitos eram revividos. A Iara
cantava e encantava nas águas doces, o Curupira trazia pesadelos ao preguiçoso,
o Caapora cuidava dos animais, o Saci assustava aos desatentos. A onça, o
macaco, o tucano eram parte da fábula e suas histórias e brincadeiras enchiam
de luz os olhares dos curumins e cunhatains.
O roubo,
o estupro, a maledicência eram desconhecidos. O comercio realizado entre tribos
era através da troca. O indígena possui de seu, o arco, seus troféus de caça e
guerra, os enfeites que ele mesmo produzia, a sua rede de dormir e a ousadia de
viver livre. O mundo era inocente e o ouro apenas um brilho sem valor.
o estupro, a maledicência eram desconhecidos. O comercio realizado entre tribos
era através da troca. O indígena possui de seu, o arco, seus troféus de caça e
guerra, os enfeites que ele mesmo produzia, a sua rede de dormir e a ousadia de
viver livre. O mundo era inocente e o ouro apenas um brilho sem valor.
Os
índios acreditavam que após a morte, sua angá (sua alma) se juntaria a alma dos
antepassados (anguera), numa grande aldeia onde viveriam felizes a cantar,
caçar, pescar, passear e a guerrear. Tupã, o que está no alto, era a divindade
suprema. Jacy a lua e Aracy o sol, eram deidades a serem reverenciadas, assim
como Anhangá que comandava os maus espíritos. A floresta era cheia de segredos,
o Boitatá, a grande cobra de fogo, Apiauêué, Jurupari, Caapora, Curupira, Iara
e Saci eram os olhos e ouvidos de Tupã na terra.
índios acreditavam que após a morte, sua angá (sua alma) se juntaria a alma dos
antepassados (anguera), numa grande aldeia onde viveriam felizes a cantar,
caçar, pescar, passear e a guerrear. Tupã, o que está no alto, era a divindade
suprema. Jacy a lua e Aracy o sol, eram deidades a serem reverenciadas, assim
como Anhangá que comandava os maus espíritos. A floresta era cheia de segredos,
o Boitatá, a grande cobra de fogo, Apiauêué, Jurupari, Caapora, Curupira, Iara
e Saci eram os olhos e ouvidos de Tupã na terra.
Foi
neste paraíso que o primeiro caraíba europeu chegou e com ele chegaram seus
pecados, seus medos, seus deuses. Neste dia Tupã abandonou Pindorama, o país
das palmeiras… Nasceu a Terra de Vera Cruz, terra da verdadeira cruz, nosso
Brasil!
neste paraíso que o primeiro caraíba europeu chegou e com ele chegaram seus
pecados, seus medos, seus deuses. Neste dia Tupã abandonou Pindorama, o país
das palmeiras… Nasceu a Terra de Vera Cruz, terra da verdadeira cruz, nosso
Brasil!
Gastão Ferreira/19/04/2012 (Dia do Índio)
Gastão Ferreira começou a publicar seus textos aos 13 anos. Reconhecido por suas crônicas e poesias premiadas, suas peças de teatro alcançaram grandes públicos. Seus textos e obras estão disponíveis online, reunidos neste blog para que todos possam desfrutar de sua vasta e premiada produção.