FÁBULA INFANTIL:- OS ANÉIS DA RAINHA

            Idade média, burgo de Thudeth, Inglaterra, reinado de Blanchet
I, rainha pela graça divina e do povinho vil. Nessa época histórica, também
conhecida como idade das trevas, a vida não era nada fácil, não existia emprego
pleno, saúde de qualidade, as ruas eram espaços esburacados, os bardos e
raríssimos escritores perseguidos como emissários do diabo. Os nobres se locupletavam
com o ouro recolhido de impostos e tudo o que dava lucro era dividido entre os
apaziguados com a realeza.
            A rainha Blanchet I gostava do precioso metal e seu
tesouro era cantado até em outros reinos. Ela já estava meio passadinha,
digamos na melhor idade, por isso a plebe ao se referir a sua fortuna dizia:-
As jóias da coroa. O que mais chamava a atenção eram os anéis que Sua Majestade
orgulhosamente exibia, possuía vários. Três eram idolatrados pela soberana, e
tinham até mesmo nomes próprios:- “Meu – chefinho”, ”Pau-mandado” e
“Seu-vizinho”. O povo os conhecia:- Olha a Rainha! Hoje ela está com “Meu –
chefinho”!Não!Não! Aquele é “Pau-mandado”! Nooossa como brilha!
            A Rainha entretida com suas jóias e o reino no maior
abandono… Mas o povo não se esquecera de um nobre cavalheiro que ajudou a
rainha a conquistar o trono de Thudeth, Sir Gil Lightning, que fora posto de
escanteio em favor dos anéis. Foi graças às qualidades morais e éticas
empenhadas como aval de bom exercício do poder que a rainha subira ao trono e o
povo recorreu a seu campeão e nobre servidor. Não queriam destronar a rainha,
tida como uma boa pessoa, caridosa e prestativa. O que almejavam é que ela
parasse de valorizar tanto suas preciosas jóias e começasse a cumprir as métas
prometidas na disputa pelo trono.
            O nobre cavalheiro Sir Lightning recorreu ao truque do
Dragão. Solicitou a construção de um horrendo monstro a um carnavalesco de um
reino distante e escondeu o horrível ser em uma caverna próxima ao burgo de
Thudeth. O cavalheiro chamou todo o povo para um grande evento, povo adora
grande evento, frente à caverna.
            Estavam todos na maior animação quando o Dragão cuspindo
fogo saiu da caverna, agarrou a rainha com suas garras afiadíssimas. O povo em
pânico gritava:- Não mate nossa rainha! Oh não! Não!
            O Dragão, bicho sacana e que adora uma encenação, trovejou
com sua voz de dragão:- Não matarei a rainha se ela me der seus três anéis
preferidos! Quero agora “Meu – chefinho”, “Pau-mandado” e “Seu-vizinho”, agora!
            – Não! Não! Não! São como filhos para mim!Meu ar! Minha
vida! São pedaços de mim!Qualquer coisa, menos meus amados anéis! Gritava uma histérica
rainha Blanchet I.
            Sir Lightning, tão nobre que era o único que
aparentemente o Dragão respeitava, aproximou-se da rainha e murmurou em seu
ouvido Real:- Deixa de ser besta Blanchinha! Da logo a droga desses anéis que
depois a gente compra outros! São tão mal afamados que o melhor mesmo é dá-los
ao Dragão.
            Foi com esse truque que o bom e nobre cavalheiro Sir
Lightning livrou o reino e libertou a rainha. Essa mesma rainha Blanchet I
passou a história como uma grande e bondosa soberana.
MORAL DA FÁBULA:- Melhor
um reino do que três anéis.
Obs.:- Esse texto é
ficção. Não esqueçam é ficção.
GASTÃO FERREIRA

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