A PRESENÇA INDÍGENA EM IGUAPE
HISTÓRIAS DO
ARCO DA VELHA – III
ARCO DA VELHA – III
Os indígenas
brasileiros viviam em sociedades descentralizadas de caçadores e agricultores
seminômades. Sua alimentação era baseada na caça e na coleta, bem como no
plantio de diversas variedades de vegetais, como mandioca, batata, amendoim,
feijão e milho. A partir do inicio da era cristã agrupamentos de autóctones se
deslocaram do interior do continente para o litoral, de onde exterminaram ou
misturaram-se aos formadores de sambaquis que habitavam a região há
aproximadamente 10.000 anos.
brasileiros viviam em sociedades descentralizadas de caçadores e agricultores
seminômades. Sua alimentação era baseada na caça e na coleta, bem como no
plantio de diversas variedades de vegetais, como mandioca, batata, amendoim,
feijão e milho. A partir do inicio da era cristã agrupamentos de autóctones se
deslocaram do interior do continente para o litoral, de onde exterminaram ou
misturaram-se aos formadores de sambaquis que habitavam a região há
aproximadamente 10.000 anos.
Os
aborígenes se autodenominavam Avá ou Avaeté Kuerí que significavam
respectivamente Homens e Homens Verdadeiros. Cada tribo adotava o nome de um
herói patronímico e somente a partir do século XVI apareceu o termo Guarani,
cujo significado é Guerreiro. Esta etnia vivia na Bolívia, Paraguai, Argentina,
Uruguai e na porção centro-meridional do território brasileiro. Habitava da
costa da cidade de São Vicente, no Estado de São Paulo até a margem direita do
rio Paraguai. Conhecidos como Carijós no Brasil e Cariós no Paraguai colonial.
aborígenes se autodenominavam Avá ou Avaeté Kuerí que significavam
respectivamente Homens e Homens Verdadeiros. Cada tribo adotava o nome de um
herói patronímico e somente a partir do século XVI apareceu o termo Guarani,
cujo significado é Guerreiro. Esta etnia vivia na Bolívia, Paraguai, Argentina,
Uruguai e na porção centro-meridional do território brasileiro. Habitava da
costa da cidade de São Vicente, no Estado de São Paulo até a margem direita do
rio Paraguai. Conhecidos como Carijós no Brasil e Cariós no Paraguai colonial.
Na vida
social os indígenas eram amistosos, criavam com muito carinho sua prole,
visitavam constantemente a parentada, caçavam e pescavam em conjunto, faziam
seus roçados, eram festeiros e alegres. Ciosos de seu território viviam em
constante guerra com outras etnias, praticavam o canibalismo ritual, ou seja,
comiam os prisioneiros para adquirirem sua coragem e ousadia. Os xamãs-profetas
chamados de Karaí eram seus sacerdotes.
social os indígenas eram amistosos, criavam com muito carinho sua prole,
visitavam constantemente a parentada, caçavam e pescavam em conjunto, faziam
seus roçados, eram festeiros e alegres. Ciosos de seu território viviam em
constante guerra com outras etnias, praticavam o canibalismo ritual, ou seja,
comiam os prisioneiros para adquirirem sua coragem e ousadia. Os xamãs-profetas
chamados de Karaí eram seus sacerdotes.
Quando
do descobrimento do Brasil, a população total de Portugal era de 500.000 almas
e os povos guaranis perfaziam 2.750.000 indígenas. No inicio os índios
colaboravam alegremente com os portugueses em troca de pequenos presentes, com
o tempo os lusitanos exigiram que os nativos trabalhassem de graça, começaram
as desavenças e acabaram por escravizar os selvagens.
do descobrimento do Brasil, a população total de Portugal era de 500.000 almas
e os povos guaranis perfaziam 2.750.000 indígenas. No inicio os índios
colaboravam alegremente com os portugueses em troca de pequenos presentes, com
o tempo os lusitanos exigiram que os nativos trabalhassem de graça, começaram
as desavenças e acabaram por escravizar os selvagens.
A
escravidão sempre esteve presente entre os povos indígenas. Após as muitas
batalhas, o vencedor conduzia para a sua aldeia alguns prisioneiros para
prestação de serviço escravo. O cativo não era maltratado, podia constituir
família na nova moradia, mas em um dia futuro seria devorado num banquete
ritual em que todos os membros da tribo participavam, este era o costume
ancestral.
escravidão sempre esteve presente entre os povos indígenas. Após as muitas
batalhas, o vencedor conduzia para a sua aldeia alguns prisioneiros para
prestação de serviço escravo. O cativo não era maltratado, podia constituir
família na nova moradia, mas em um dia futuro seria devorado num banquete
ritual em que todos os membros da tribo participavam, este era o costume
ancestral.
Em 1530
D. João III, rei de Portugal, dividiu as terras do Brasil em grandes
territórios sem se preocupar com os índios que nelas moravam há muitos séculos.
Os autóctones não aceitaram esta invasão, começou a guerra entre os selvagens e
os europeus. O movimento Luso-paulista das Bandeiras, de caráter expansionista
e escravocrata caiu como um flagelo sobre as populações Guaranis e ocorreu à
dispersão das muitas tribos, quem consegui escapar embrenhou-se nos sertões ou
desapareceram no interior das florestas.
D. João III, rei de Portugal, dividiu as terras do Brasil em grandes
territórios sem se preocupar com os índios que nelas moravam há muitos séculos.
Os autóctones não aceitaram esta invasão, começou a guerra entre os selvagens e
os europeus. O movimento Luso-paulista das Bandeiras, de caráter expansionista
e escravocrata caiu como um flagelo sobre as populações Guaranis e ocorreu à
dispersão das muitas tribos, quem consegui escapar embrenhou-se nos sertões ou
desapareceram no interior das florestas.
Era grande
o número de índios na região de Iguape. Após 1494 com o Tratado de Tordesilhas,
firmado entre Portugal e Espanha nossa cidade se tornou parte do domínio
português. Quando Iguape se separou de Cananéia em 1538, viviam por estas
bandas uma enormidade de indígenas, basta notarem que a estátua do Senhor Bom
Jesus de Iguape foi encontrada por dois índios em 1647 na Juréia. Que durante
toda a construção da Basílica de 1780 a 1856, existem relatos de índios
trazendo ouro em pó para ajudar financeiramente na obra.
o número de índios na região de Iguape. Após 1494 com o Tratado de Tordesilhas,
firmado entre Portugal e Espanha nossa cidade se tornou parte do domínio
português. Quando Iguape se separou de Cananéia em 1538, viviam por estas
bandas uma enormidade de indígenas, basta notarem que a estátua do Senhor Bom
Jesus de Iguape foi encontrada por dois índios em 1647 na Juréia. Que durante
toda a construção da Basílica de 1780 a 1856, existem relatos de índios
trazendo ouro em pó para ajudar financeiramente na obra.
No ano
de 1502 teve inicio a fixação do homem branco em Iguape, as Bandeiras aprisionaram
indígenas de 1562 a 1694. Nossa cidade, fundada em 1538, participou de toda
esta história. Daqui partiram centenas de expedições de captura, nossas
montanhas, rios e vales possuem nomes indígenas. Somos parte da história e
comparticipes do desaparecimento de uma civilização. Eram selvagens na
concepção europeia da época. Hoje, sabe-se que tinham suas leis, seus códigos
de conduta, sua ética e sua religião. Priorizavam o SER e não o TER cultuavam
seus heróis e honravam seus antepassados. É dessa gente que descendemos, em
nosso imenso município os Carijós (Cayuás/Caynás) tiveram suas aldeias. Nossas
raízes são profundas e se perdem na noite do tempo. Do degredado europeu, aos
Guaranis, aos formadores de Sambaquis, ao antepassado mais remoto que pisou
nosso solo, nos separam 45.000 anos… Um sopro na história da Terra, uma
eternidade para o Homem.
de 1502 teve inicio a fixação do homem branco em Iguape, as Bandeiras aprisionaram
indígenas de 1562 a 1694. Nossa cidade, fundada em 1538, participou de toda
esta história. Daqui partiram centenas de expedições de captura, nossas
montanhas, rios e vales possuem nomes indígenas. Somos parte da história e
comparticipes do desaparecimento de uma civilização. Eram selvagens na
concepção europeia da época. Hoje, sabe-se que tinham suas leis, seus códigos
de conduta, sua ética e sua religião. Priorizavam o SER e não o TER cultuavam
seus heróis e honravam seus antepassados. É dessa gente que descendemos, em
nosso imenso município os Carijós (Cayuás/Caynás) tiveram suas aldeias. Nossas
raízes são profundas e se perdem na noite do tempo. Do degredado europeu, aos
Guaranis, aos formadores de Sambaquis, ao antepassado mais remoto que pisou
nosso solo, nos separam 45.000 anos… Um sopro na história da Terra, uma
eternidade para o Homem.
Gastão Ferreira/2012/Iguape
Gastão Ferreira começou a publicar seus textos aos 13 anos. Reconhecido por suas crônicas e poesias premiadas, suas peças de teatro alcançaram grandes públicos. Seus textos e obras estão disponíveis online, reunidos neste blog para que todos possam desfrutar de sua vasta e premiada produção.