NA ESCURIDÃO DA NOITE
OU
O HOMEM DA CAPA PRETA
Recentemente
pesquisei sobre o enigmático personagem, o “Homem da capa preta” e suas
estripulias pelas noites de Iguape de outrora. Resultado; são três histórias
diferentes em décadas diversas.
pesquisei sobre o enigmático personagem, o “Homem da capa preta” e suas
estripulias pelas noites de Iguape de outrora. Resultado; são três histórias
diferentes em décadas diversas.
A
primeira versão é da década de 1930; um jovem professor de música, um pianista
vindo de fora, morando de aluguel em casa de família no centro da cidade, um
tanto excêntrico, sem amigos ou parentes, vestia-se de negro e envolto em longa
capa preta se postava pelas ruas sem luz elétrica dos anos 30, ficando parado nas
esquinas; não fazia mal a ninguém, apenas olhava quem se aventurasse sair de
casa em hora tão tardia.
primeira versão é da década de 1930; um jovem professor de música, um pianista
vindo de fora, morando de aluguel em casa de família no centro da cidade, um
tanto excêntrico, sem amigos ou parentes, vestia-se de negro e envolto em longa
capa preta se postava pelas ruas sem luz elétrica dos anos 30, ficando parado nas
esquinas; não fazia mal a ninguém, apenas olhava quem se aventurasse sair de
casa em hora tão tardia.
A
segunda versão da lenda urbana é dos anos 50; três jovens trajados de modo
idêntico se postavam em pontos diferentes no centro antigo da cidade, sempre
após as 23 horas, quando o gerador de luz elétrica era desligado e a escuridão
se apossava do mundo. O incauto que topasse com o “Homem da capa preta”, que
era tido como uma visagem, saía em desabalada carreira indo ao encontro de
outro homem com capa preta, na hora do susto pensava ser o mesmo do qual fugira
e tentando escapar colidia com um terceiro capa preta… Quem passou pela
experiência jamais a esqueceu; estava montada a lenda urbana e poucas pessoas
se afastavam de casa após o apagar das luzes.
segunda versão da lenda urbana é dos anos 50; três jovens trajados de modo
idêntico se postavam em pontos diferentes no centro antigo da cidade, sempre
após as 23 horas, quando o gerador de luz elétrica era desligado e a escuridão
se apossava do mundo. O incauto que topasse com o “Homem da capa preta”, que
era tido como uma visagem, saía em desabalada carreira indo ao encontro de
outro homem com capa preta, na hora do susto pensava ser o mesmo do qual fugira
e tentando escapar colidia com um terceiro capa preta… Quem passou pela
experiência jamais a esqueceu; estava montada a lenda urbana e poucas pessoas
se afastavam de casa após o apagar das luzes.
A
terceira versão é do inicio dos anos 60; um homem com uma capa preta atacava as
donzelas que passavam após o escurecer pelo Caminho do Porto, mais precisamente
pelo local onde havia um imenso bambuzal… As más línguas afirmam que o
personagem era alguém famoso e rico; melhor pular essa parte sórdida e esquecer
essa encrenca, que talvez nem seja verdadeira.
terceira versão é do inicio dos anos 60; um homem com uma capa preta atacava as
donzelas que passavam após o escurecer pelo Caminho do Porto, mais precisamente
pelo local onde havia um imenso bambuzal… As más línguas afirmam que o
personagem era alguém famoso e rico; melhor pular essa parte sórdida e esquecer
essa encrenca, que talvez nem seja verdadeira.
Num
tempo em que cuidar da vida alheia era o passatempo predileto dos habitantes da
cidade, andar pelas ruas após o escurecer significava sinônimo de sacanagem;
alguém estava tentando pular a cerca e todos ficavam na expectativa de
descobrir quem era o objeto da paixão; possivelmente com medo de ser notado
pelo Homem da capa preta, o curioso se afastava dos furos feitos na madeira das
janelas, dando tempo à visagem de entrar onde queria.
tempo em que cuidar da vida alheia era o passatempo predileto dos habitantes da
cidade, andar pelas ruas após o escurecer significava sinônimo de sacanagem;
alguém estava tentando pular a cerca e todos ficavam na expectativa de
descobrir quem era o objeto da paixão; possivelmente com medo de ser notado
pelo Homem da capa preta, o curioso se afastava dos furos feitos na madeira das
janelas, dando tempo à visagem de entrar onde queria.
Toda
a lenda urbana tem uma função civilizatória; a do “Homem da capa preta” impediu
muitos romances secretos, sufocou paixões, evitou pecados mortais e livrou muitas
donzelas de serem mães solteiras… Os pais podiam dormir sossegados com um
olho aberto e o outro fechado; o Homem da capa preta pastoreava a noite da
cidade.
a lenda urbana tem uma função civilizatória; a do “Homem da capa preta” impediu
muitos romances secretos, sufocou paixões, evitou pecados mortais e livrou muitas
donzelas de serem mães solteiras… Os pais podiam dormir sossegados com um
olho aberto e o outro fechado; o Homem da capa preta pastoreava a noite da
cidade.
Gastão Ferreira/Iguape/2013
Gastão Ferreira começou a publicar seus textos aos 13 anos. Reconhecido por suas crônicas e poesias premiadas, suas peças de teatro alcançaram grandes públicos. Seus textos e obras estão disponíveis online, reunidos neste blog para que todos possam desfrutar de sua vasta e premiada produção.