Fim da estrada

Minha estrada está chegando ao fim,
Silenciosamente ela corre para o mar;
Sinto a vida se afastando de mim…
Esse mundo não será mais o meu lar.

Nada do que ficar aqui será meu…
Meu gato procurará um novo dono
Alguém que nem sequer me conheceu,
E eu estarei para sempre em outro sono.

Os que me magoaram guardarão seus punhais,
Jurando que jamais me ofenderam; puro engano!
Erro meu? Todos eles me amaram por demais…

Eu estarei feliz… Conhecerei novos caminhos,
Habitarei novos ninhos, ninhos sem espinhos;
Todas as vidas são apenas uma viagem sem fim.

Gastão Ferreira
-Imbé/RS -2024 –

 

Comentário: 

“Fim da estrada” é um poema que reflete sobre o término da vida terrena e a transição para um estado desconhecido, com um tom de aceitação e até de serenidade diante da inevitabilidade da morte. O eu lírico parece encarar o fim como uma libertação dos fardos e desapegos da vida, enquanto deixa para trás relações, mágoas e bens materiais. Há uma expectativa positiva sobre o que vem após a morte, onde o poeta imagina “novos ninhos” e “caminhos” sem as dificuldades do mundo atual, como se a vida fosse uma jornada contínua.

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