Que falta faz a magia…

O Espírito, este eterno viajante da escuridão para a luz, desde tempos imemoriais cultua a magia; quando “a barca de Rá” cruzava os céus do Egito o mito habitava o coração do homem, e a compreensão do divino abraçava a Terra.

Na Grécia, Apolo o Senhor da Luz, curava por hidroterapia no Santuário de Delfos; Ninfas dançavam a luz do luar, Sereias cantavam e enfeitiçavam marinheiros, Titãs moviam montanhas, cavalos alados cruzavam o espaço num tempo em que heróis eram promovidos e viravam rios, grutas, estrelas, constelações, planetas, e semideuses…

Os Romanos cultuavam os Lares e Penates, milhares de  deuses marcaram o império; agregaram aos seus deuses todas as divindades conquistadas. Os Silenos das matas, as Sibilas, os
oráculos, os Silfos, os Elfos, os Gnomos…

Os Druidas que ensinavam a moral autônoma; estamos todos em Deus, Deus é a realidade criadora, tudo é vida, tudo evolui. A morte é uma porta para uma nova vida, e o existir é uma viagem através da eternidade…

Nossos indígenas e as entidades das matas comandadas por Tupã, o Pai de Todos; as Iaras dos lagos, das cachoeiras, dos rios, as angoéras (almas penadas) que espiavam das sombras e assustavam os curumins, guerreiros metamorfoseados em pássaros, cunhatais que viravam sereias, sombras, animais…

Lobisomem, Boi-tatá, Curupira, Anhangá, Mãe d’água, a Mula-sem-cabeça, Saci Pererê; a chegada do panteão africano com Iemanjá e o seu mar, Oxum e suas águas doces, Iansã e o seu vento, Urumilá, Obatalá, Oxalá e as estrelas do céu; Ogum e suas lutas, Xangô e a sua justiça, Oxossi e as verdes matas, os mortos e Abaluaê, em cada esquina um Exu, uma Pomba-gira…

O mundo já foi mágico, o menino que sonhava em voar por sobre as montanhas, os rios, o lagamar, o menino cresceu e esqueceu; que falta nos faz um pouco mais de magia, de sonho, de irrealidade, de fantasia… Na atualidade é coisa raríssima se deparar com uma visagem, um mísero fantasma, uma pobre e perdida alma penada, uma assombração; hoje dia todos querem ser abduzido, e viajar pelo universo a bordo de um luxuoso disco-voador… Nada que “a barca de Rá” já não fazia a sete mil anos no antigo Egito.

Nada mudou só trocamos os nomes.

 

Gastão Ferreira/2021

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