CIDADE LIMPA É CIDADE VIVA
TEATRO DE RUA
Atores: Oito atores no total,
todos caracterizados para chamar a atenção
dos passantes.
Objetivo: Conscientizar crianças e adultos sobre a
necessidade de manter a cidade limpa.
Cenário:- 10 cadeiras colocadas na esquina da rua (cinco para cada rua). A esquina vira um palco improvisado. Um ator (com focinho e orelhas de porco) sentado frente a essas cadeiras está comendo pipocas e jogando-as no chão… Chega o Cidadão…
Cidadão:- Pacato Cidadão o senhor está sujando a rua!
Cidadão:- Qual o problema? Por acaso a rua é sua?
Cidadão:- Eeeeee! Nervosinho. Não a rua não é minha! A rua é
nossa. A rua é um bem comum… Ela é de todos nós
por isso não se pode sair por ai sujando o que é dos
outros, seu porquildo!
Porquildo:- Da onde você me conhece para saber que meu nome é
Porquildo?
Cidadão: – Já vi você jogando embalagem de doce, palito de picolé, um
monte de lixo no meio da rua…
Porquildo:- Mas todo o mundo faz isso…
Cidadão: – Mas é errado… O senhor nunca notou que quando chove esse
lixo todo que vai sendo jogado, tapa os bueiros causando
alagamento.
Porquildo:- O senhor tem razão! Não havia me tocado desse fato…
Cidadão: – E, além disso, o fato de jogar lixo por todo o lugar revela uma
uma grande falta de educação…
Porquildo:- Opa… Opa…
Cidadão: – Vamos perguntar aos pacatos cidadãos que nos assistem…
(Dirigindo-se aos que estão assistindo a peça, aos que estão sentados nas 10 cadeiras)- Cidadão:- Você acha certo jogar lixo na rua? (Aqui começa uma interação entre o ator e platéia… Temos que conduzir a assistência a se interessar pelo conceito de cidadania e ver que não pode sair por ai sujando água, pichando muros, quebrando telefone público e até mesmo gritando na rua). É aqui que começa o verdadeiro conceito de teatro de rua, a improvisação em cima das respostas dadas levando quem assiste a pensar no assunto abordado… A criança ou adolescente da platéia que estiver interagindo nunca mais vai esquecer o fato de ter participado no meio da rua de uma peça de teatro e sempre vai lembrar isso e do assunto que foi discutido… Essa será a base para levar a informação sobre cidadania ao público e tentar mudar para melhor nossa cidade… Tudo tem que ter um começo.
Cidadão:- Está vendo seu Porquildo! Todos concordam que é horrível,
além de uma grande falta de educação jogar lixo na rua…
Porquildo:- Puuuuxa! Me desculpem… Me perdoem… Eu não sabia que
estava fazendo uma coisa errada… Minha mãe jogava lixo
na rua, meu pai também…Meu avô também…
Cidadão:- Parece que a família toda era porcalhona mesmo…
Porquildo:- Ninguém lá em casa ligava para isso, mas você tem razão
Cidadão, nossa cidade é linda e cada um de nós tem o
dever de zelar por ela… Ela não se suja sozinha, um
Porquildo tem que fazer isso… Estou envergonhado!
Cidadão:- Seu Porquildo! Que bom que o senhor entendeu o conceito
de cidadania… Não adianta a gente ficar reclamando de tudo
de ruim que acontece na cidade… A cidade não suja as ruas, a
cidade não picha paredes, a cidade não fala palavrão e nem
destrói o que é dos outros… São as pessoas que fazem isso e
podemos mudar tudo isso defendendo a nossa cidade das
pessoas que não gostam dela…
Porquildo:- Nooooossa! Tem gente que mora na cidade e não gosta dela?
Cidadão:- Claro que tem! Uma pessoa que sai por ai sujando as ruas,
fazendo baderna, gritando, falando altos palavrões… É uma
pessoa que não gosta do lugar onde vive… Quem ama cuida.
Porquildo:- É verdade! Quem ama de verdade o lugar onde vive, tenta
mantê-lo o mais limpo possível para que todas as visitas
possam admirar suas belezas…
Cidadão:- Entendeu Porquildo! Se cada um de nós cuidar de nossa rua
e cobrar o mesmo de nossos vizinhos, a cidade em breve se
modificará e todos teremos orgulho de poder dizer:- Eu
ajudo a cidade a ser cada vez mais bonita!
Porquildo:- Bacana Cidadão! Vou começar a dar o exemplo e catarei esse
lixo que joguei no chão sem querer querendo…
Cidadão:- Eu vou ajudar você…
(Ambos estão juntando os restos das pipocas jogadas no chão quando se aproximam dois peixes)
TEXTO DOIS; – O PEIXE
Dois peixinhos conversando… Um deles todo cheio de esparadrapos na cabeça:
Peixe-l:- Seu Mandi o que aconteceu com o senhor?Foi atacado por um
tubarão?
Peixe-ll:- Eu estava ali na agüinha… Bem na porta da minha casa quando
um Porquildo da vida jogou uma sacola plástica cheia de lixo na água e acertou bem aqui na minha cabecinha…Oh!…Oh!…Como dói.
Peixe-l:- Meeeeu! Jogaram uma sacola com lixo na água!Na água em que
os filhotes de bicho homem nadam? Na água em que os
pescadores tiram o sustento de suas famílias?
Peixe-ll:- É para você ver! O ser humano não respeita a casa dos outros…
O lagamar é um berçário para diversas formas de vida… Ali tem
Pitu… Caranguejo… Lagostim… Camarão… Peixes… Peixe…
Peixe…
Peixe-l:- Será que eles gostariam que alguém que passasse na rua jogasse
uma sacola de lixo dentro da casa deles?
Peixe-ll:- Vamos perguntar?
(Começam a perguntar as crianças sentadas nas cadeiras…)
Peixe-l:- Tá vendo? Elas não jogam lixo na água.
Peixe-ll:- Sei não! Parece que já vi aquele ali jogando pedra na água…
Peixe-l:- Acertou algum parente seu?
Peixe-ll:- Não acertou, mas tirou uma fininha…
Peixe-l:- Seu Mandi vai embora que eu levo o senhor para trocar esses
curativos… Meeeeeu o bicho tá feio… Oh gente sem educação.
(Enquanto eles se afastam chegam dois ratos…)
TEXTO TRÊS – OS RATOS
Dois ratos… Ao chegarem à esquina param frente às cadeiras, um deles vê o saco de lixo que o Porquildo deixou encostado na parede e começa a abrí-lo…
Rato-l; – Puxa que sorte ter encontrado esse saco de lixo jogado na rua.
Rato-ll:- É mesmo! Tomara que tenha resto de comida dentro…
Rato-l:- Sempre tem… O ser humano é muito descuidado e joga resto de
comida em qualquer lugar.
Rato-ll:- Sorte nossa que eles são porcalhões senão eu nem teria nascido…
É por isso que gosto tanto de humanos.
Rato-l:- Verdade! Basta chegar numa casa e tem pote de comida aberto,
comida dentro do forninho do fogão, sacos de bolacha pela
metade abertos…
Rato-ll:- Ah! Não acredito… Vou perguntar…
(Interagem com a criançada da platéia fazendo perguntas sobre limpeza em suas casas…)
Rato-I: Tá vendo! Uma maravilha… É por isso que nós não existimos. Rato
só vai em lugar que tem comida… Casa limpa, alimentos bem
guardados em lugares sem buracos e adeus ratos…
Rato-ll:- Cara qual é a sua dando essas dicas de como exterminar a gente?
Que coisa feia em! Não liguem para o que ele disse:- Sujem bem
a casa de vocês… O quintal de vocês… Os bueiros da cidade e
nós os ratos vamos agradecer trazendo uma porção de doença
para todos…
Rato-l:- É isso galera do mal… Tamos nessa (Começam a gritar:-
Nóis ama voceis… Nós precisamos de vocês para sobreviver…
Quanto mais sujeira melhor para nós. Não esqueçam.)
(Chega uma mulher com uma vassoura e começa uma briga com os ratos… Tenta afastá-los com a vassoura e toma o saco de lixo deles… Esta parte é lúdica e tem que fazer a assistência rir… A mulher espanta os ratos que vão embora chorando. Ela começa a varrer a calçada)
TEXTO QUATRO – DONA MARICÓTA
Vizinho: – Dona Maricota! Que é isso? A senhora varrendo a rua! Tá
trabalhando na Prefeitura?
Maricota:- Que nada seu Dito! Só estou fazendo a minha parte… Se cada
um de nós limpasse a frente da própria casa pouparia muito
trabalho para as varredoras de rua…
Vizinho:- Ah! Para com isso. É obrigação da prefeitura limpar a rua…
Maricota:- Mas não é por isso que devemos sujar as ruas… Jogar lixo na
frente da casa dos outros é sinal de péssima educação e
devemos respeitar o trabalho dos outros… O senhor acha
bonito jogar lixo só para que o lixeiro possa catar?
Vizinho:- Calma! Calma! Eu só disse que a senhora está fazendo o
serviço do catador de lixo e ele é pago para fazer isso…
Maricota:- Nós só temos catadores de lixo porque tem um monte de
gente igual ao senhor que pensa que catador é nosso
empregado…
Vizinho:- Mas eles são nossos empregados… Pagamos impostos.
Maricota:- Ai é que está! Pagamos impostos… Todos os funcionários
públicos ganham seus salários de nossos impostos e o
senhor vem cobrar serviço só dos catadores de lixo?
Por que o senhor não vai aos gabinetes e dá uma prensa
nos responsáveis por nossa cidade? Medinho! É?
Vizinho:- É mesmo! Coitados dos lixeiros… Matam-se de trabalhar e
eu fico culpando-os pelo lixo na rua… Tenho que culpar
os porcos e porquinhos pelo fato… Eu vou é parar de
jogar lixo pela rua…
Maricota:- Seu Dito! Nossa cidade vai ficar linda… Bem limpinha… Vai
dar gosto andar pelas ruas… Quando chover os bueiros não
vão mais entupir e a água vai embora logo…
Vizinho:- É verdade! Vou começar a varrer a frente da minha casa…
Colocar o lixo numa sacola e deixar no lugar onde o caminhão
possa recolher…
Maricota:- Se cada cidadão agir dessa maneira o problema lixo estará
resolvido… Podemos fazer uma campanha aqui na rua. Que
tal? “VAMOS VARRER A FRENTE DE CASA.”
Vizinho:- Dona Maricota! Vamos saber a opinião da vizinhança?
(Novamente interagindo com o público… Fazer perguntas sobre o lixo e se concordam em uma campanha para não jogar mais lixo pelas ruas)
Maricota: Viu seu Dito! Todos eles querem ver a cidade limpa…
Vizinho:- Se cada um fizer a sua parte e cobrar dos sujos e sujinhos, a
nossa cidade ficará uma beleza e teremos muito orgulho dela…
Maricota:- Bacana! Vou até dar um copo de suco para esse pessoal…
Vizinho:- Ei! Nada de jogar os copos na calçada… Podem colocar dentro
desse saco… Hoje nós vamos começar a mudar nossa cidade:-
Lugar de lixo é no lixo.
(Todos os atores se aproximam para tomar o suco e ficam interagindo com os participantes)
F I M
Gastão Ferreira
Iguape/18-02-2010
Gastão Ferreira começou a publicar seus textos aos 13 anos. Reconhecido por suas crônicas e poesias premiadas, suas peças de teatro alcançaram grandes públicos. Seus textos e obras estão disponíveis online, reunidos neste blog para que todos possam desfrutar de sua vasta e premiada produção.
Ana Holanda
28 de fevereiro de 2010 - 10:16 pm ·É importante que a população seja conscientizada dos males causados pela poluição do meio ambiente, assim como de políticas que revertam tal situação.E que cada um pode cumprir com seu papel de cidadão.Se cada um fizer sua parte o mundo será transfomado.