VAMOS BRINCAR NO CAMPINHO

VAMOS BRINCAR NO CAMPINHO

PEÇA PARA TEATRO INFANTÍL, ENFOCANDO OS BROBLEMAS COM A DENGUE,
RAIVA, LEPTOSPIRÓSE, LIXO, DESCUIDO COM A NATUREZA E A LIMPEZA DE LUGARES PÚBLICOS… APROVEITEM E ENCENEM A PEÇA… OBRIGADO

Ato I

(O rato descobre um lixão)

Rato: – Helloou! Helloou? Tem alguém aí?
– Puuxa! Que lugar bacana! Isso aqui é um paraíso!
– Tudo o que um rato faminto como eu mais quer…
– Pelo cheiro posso afirmar que vou encontrar comida…
– Sinto cheiro de pão… Mortadela… Salsicha… Macarrão… Rapa de arroz… Huuum!
– Estou no céu!
– Estou no céu!
– E tudo é meu… Só meu!

(Aparece um cachorro)

Cão: – E aí amigão? Descolando uma boquinha?
Rato: – Adeus paraíso! Adeus céu… Sempre tem que aparecer um bicão!
– Qual é cara? Se manca!
Cão: – Oh mano! Não se estressa cara… Lixão é pra todo mundo…
– To na captura de um osso… Encontrou algum?
Rato: – Qual é Mané? Isso aqui é do mundo! Se vira meu…
Cão: – To aflito cara! Peguei uma sarna danada
– To na rua… Sem casa… Sem comida
– No maior abandono…
Rato: – Cadê seu dono Mané?
Cão: – Me largou na rua, trancou o portão
– Me abandonou…
Rato: – Ainda bem que ninguém me quer…
– Todos me odeiam!
Cão: – Pô meu… Também… Você é maior praga…
– Chega detonando
– Faz cocô em todo lugar…
– Estraga a comida dos outros meu…
Rato: – É isso aí cara! Sou feliz assim…
– Eu sou um rato e tenho que agir como um rato… Ok?
– Deu moleza, to nessa!
– Cráu…
Cão: – Mas não pode…
-Tem que respeitar…
-Tem que ser educado.
Rato: – Papo furado…
– Educação!
– Valeu cara?
– Tai oh…
– Todo carente, morrendo de fome, abandonado…
– Fica esperto Mané!
– O bicho homem é complicado
– É cheio de nhenhenhém…
Cão: – Como assim parceiro?
Rato: – Olha pra você cara!
– Com rabugem… Com fome… Com sede…
– Garanto que você foi um lindo filhote?
Cão: – Fui sim!
– Não parece, mas fui…
– Uma belezinha… Todo mundo me queria…
– Dava a patinha, rolava no chão, buscava bola…
– Que tristeza! (chora)
– Nem gosto de lembrar…
– To morrendo de saudade da minha casinha… Do meu osso… Do meu dono… (chora)
Rato: – Que é isso amigo?
– Todo vai melhorar…
– Vou até procurar um osso bem gostoso para você…
Cão: – No começo, quando eu era um lindo filhote, só alegria…
– Fui crescendo, crescendo, e já não recebia atenção, carinho do meu dono…
Rato: – É isso aí!
Cão: – Fiquei sem tomar banho, peguei essa sarna…
– Pensei que meu dono ia cuidar de mim… Que nada…
– Abriu o portão e falou: ─ Se vira Zecão! A moleza acabou!…Bai… Bai…
Rato: – Chocante! Chocante demais!
Cão: – Pois é amigão!
– O bicho homem adota a gente quando somos pequenos…
– Cuida com amor, dá carinho, dá colo, comida, um lar…
– Mas qualquer dodói é só abandono… Me sinto desprestigiado…
Rato: – Você fala difícil hem!
Cão: – Aprendi com o bicho homem… Sei muita coisa…
Rato: – Eu aprendi com a vida…
– Sou esperto, sou cuidadoso, sou cheio de truques…
– Rato bobo vira lanche de gato…
Cão: – É mesmo?
Rato: – Claro cara!
– Fico só na moita, espiando uma casa…
– Se não tem um gato, é moleza.
– Sempre tem um esgoto, um telhado com defeito, um buraco na parede, uma fresta qualquer…
-E se consigo entrar, fico de dono do ambiente…
Cão: – Fácil… Fácil…
Rato: – É sim, amigo! Rato só vai onde tem comida e abrigo…
– Aquele pedaço de pão que caiu e ninguém catou… Aquele restinho de comida jogada no quintal… Um armário mal fechado… Uma lata aberta…
– Uma sobra qualquer e lá estou eu, na maior festa… Crau!
Cão: – Pô cara!
– Você é fatal!
Rato: – Meu problema é a limpeza!
– Local asseado, bem ventilado, sem sobra de nada… Pra mim é um inferno.
– Não arrumo nem para um lanchinho…
– Meu negócio só prospera na sujeira…
Cão: – Então é bem difícil de arrumar comida?
Rato: – Nada meu… Facim… Facim…
– Todo mundo é meio porção…
– Viva a sujeira! Viva o lixo! Viva! Viva!
Cão: – Esse lugar aqui ta meio abandonado, meio esquecido…
Rato: – Qualé, Mané? Quer acabar com a minha festa?
– Todo lugar tem que ter sujeira, montão de sujeira, milhão de sujeira…
Cão: – Sujeira traz doenças…
Rato: – E daí? Sujeira traz doença, mas também traz dinheiro para o bicho homem…
Cão: – Não diz isso, irmão!
Rato: – Cara! Quanto mais sujeira mais doença, quanto mais doença mais remédio, quanto mais remédio mais dindim…
Cão: – Saúde é fundamental…
– Só com saúde se vive alegre.
– Se eu tivesse saúde, todos me tratariam bem… Talvez até me adotassem!
– Me fariam carinho, me dariam comida, um bom banho…
Rato: – Ta a fim de acabar com a minha alegria?
– Que banho coisa nenhuma!
Cão: – Banho é gostoso…
Rato: – Que ódio! Que ódio!
Cão: – Um bom banho diário evita tanta doença: micose, caspa, unheira, remela, assadura… Até rabugem, que eu peguei…
Rato: – Pára!…Vou ter pesadelo.
– Xô, limpeza… Xô!
Cão: – Eu gosto de um bom banho… Ficar limpinho… Ficar cheirosinho…
Rato: – Hein! Olha quem vem chegando!
Cão: – Não conheço…
Rato: – O Aedes Aegypti
Cão: – Que nome estranho!
– Aedes parece um mosquito…
Rato: – É o mosquito da dengue, seu ignorante!
Cão: – O que esse cara famoso ta fazendo aqui no lixão, rato?
Rato: – Procurando comida, igual a nós…
Cão: – Mas ele não se alimenta de sangue? Será que ele quer o nosso sangue?
Rato: – Só a fêmea se alimenta de sangue… Vai ver deve estar procurando um lugar…
Cão: – Um lugar para o que, rato?
Rato: – Um lugar para desovar…
Cão: – Ele vai ter filhotes?
Rato: – Ele não, seu besta! Ela… Uma fêmea… Ela…
Cão: – Puxa! Uma fêmea!
Rato: – Sim! Só a fêmea pica seres humanos…
Cão: – Que coisa, hem!
Rato: – Ela precisa de sangue para maturar seus ovos…
– De certo está à procura de um ninho para a filharada…
Cão: – Caramba! Um ninho num lixão!
Rato: – É o lugar ideal!
– Eu mesmo tenho vários parentes nascidos e criados em lixões…
Cão: – É mesmo?
Rato: – Amigo, o lixão é o melhor lugar do mundo para as pragas procriarem.
– Esqueceu que aqui impera a sujeira, a doença, a falta de higiene…
– É tudo que uma praga necessita…
– Isso aqui é o céu… Isso aqui é o paraíso!
(Vai até o mosquito)
Rato: Bem vinda ao paraíso!
Mosquito: Ta falando comigo?
Rato: Não! Estou falando com a lua!
Mosquito: Ah! Pensei que fosse comigo!
Rato: Claro que é com a senhora, madame!
Mosquito: Conhece-me, senhor?
Rato: Só de fama… Só de fama…
Mosquito: Aqui estou na procura de um lar para os meus doces filhinhos…
Rato: Que são milhares, suponho?
Mosquito: Sim! Sou bastante fértil e não gosto de perder tempo.
Rato: Por quê?
Mosquito: Minha vida, apesar de agitada, é breve… Uns três meses, noventa dias no máximo… E tenho que aproveitá-la da melhor maneira possível…
Rato: Como assim?
Mosquito: Picando o maior número de animais de sangue quente.
Cão: – Eu tenho sangue quente!
Mosquito: – Não tenha medo! Você é muito peludo, prefiro uma pele mais delicada, como a dos homens… Como a das crianças…
Cão: – Que maldade! Coitadas das crianças!
Mosquito: – Coitadas? Não… Não… Elas são o meu prato predileto… Sou fatal!
Cão: – Fatal?
Mosquito: – Me conheces, cavalheiro?
Cão: – Não… Não…
Mosquito: – Sou o mosquito da dengue.
– Não precisa apertar a minha mão… Ah… Ah… Ah…
– Basta uma picada deste meu delicado bico… E você vai pro beleléu…
Cão: – Que horror! Que horror!
Mosquito: – Horror? Que nada!
– Horror é o depois da picada… Dor de cabeça… Dor atrás dos olhos… Manchas na pele… Febre alta… Dores nas juntas… Hemorragia… Uma festa… Uma festa para mim!
Cão: – E para a família?
Mosquito: – Para a família?
– O desespero… A angústia… O medo… Eu não tenho cura… Eu sou letal…
Cão: – Mas as crianças, madame!
– Picar crianças? Sugar o sangue de crianças?
Mosquito: – Uma delícia! Sangue jovem, cheio de energia!
– Meus futuros filhos agradecem…
– Crianças!…
– Crianças fuçam em tudo: água parada, pneu velho, garrafas abandonadas, caixa d’água sem tampa… Largam em qualquer lugar brinquedos que podem se encher de água e me dá de presente um lar para meus filhinhos… Obrigada!
Cão: – São apenas crianças… Procurando diversão…
Mosquito: – Procuram diversão e me acham… Eu sou a diversão!
Cão: – A senhora é maldosa!
Mosquito: – Maldosa! Eu? E você, que transmite raiva?
Cão: – Eu? Raiva?
Mosquito: – Sim! É só pegar o vírus e aí… Você começa a babar, a babar… E quer morder todo mundo!
– O vírus da raiva quer sobreviver e, para isso, você precisa morder, morder e depois morrer!
Cão: – A senhora é muito má!
Mosquito: – Eu? Má! Claro que sou uma madama…
– Bom é o seu dono que não lhe deu a vacina contra a raiva.
Cão: – Tem vacina?
Mosquito: – Tem!
Cão: – Tem cura?
Mosquito: – Não! Tem que vacinar o filhote com mais de 45 dias e ele estará a salvo de tal tormento…
Cão: – Eu não fui vacinado! Meu Deus! Eu não fui vacinado!
Mosquito: – Azar seu!
Rato: – Pare de zoar com meu amigo, sua desmiolada!
– Parece que picou um bêbado!
Mosquito: – Inocente ratinho… Defensor dos oprimidos…
– Quem é você, afinal?
– Já passou leptospirose para os humanos, hem?
Rato: – Leptospirose?
Mosquito: – Sim, amor…
– Está na sua urina… E mata!
Rato: – E mata?
Mosquito: – Mata, sim!
– Normalmente é confundida com a dengue. Os sintomas são similares…
– Quando são descobertos a tempo, tem cura… Quando não… É fatal!
Rato: – Tem vacina? Tem vacina?
Mosquito: – Não! Não… Não…
– Você é o reservatório…
Rato: – Eu sou um reservatório! Eu sou um reservatório!
– O que é um reservatório?
Mosquito: – É o ser que carrega a doença no seu organismo.
– Você é o hospedeiro… Em você, amigo, ela está na sua urina, no seu cocô…
– É uma bactéria, a tal leptospira… E, quando você, seu mijão, faz xixi, contamina tudo: o solo, a água, a comida do forno, o lanchinho da merenda, a água do esgoto, a comida do cachorro, a chupeta do bebê… Tudo… Tudo… Tudo…
Rato: – Somos uma praga!
Mosquito: – Eu sou uma praga!
Cão: – Eu posso ser uma praga!
Mosquito: – Preciso achar um lugar para depositar os meus ovos…
Cão: – A senhora está grávida?
Mosquito: – Não está notando esta belíssima barriga?
Cão: – Claro claro…
Mosquito: – Você estava pensando que eu era apenas uma garota digamos… Fofinha?
Cão: – Não, minha senhora! Não, minha senhora!
Mosquito: – Eu não sou sua senhora!
Cão: – Claro que não, minha senhora…
Mosquito: – Eu sou o mosquito da dengue!
Cão: – Sim… Sim… Sim…
Mosquito: – Está com medo de mim, cachorro?
Cão: – Um pouco… Um pouco…
Mosquito: – Pena que eu já esteja satisfeita! O seu sangue deve ser delicioso.
Cão: – Nada… Nada… É horrível… E sem gosto…
Mosquito: – Meu petisco! Preciso encontrar com urgência um local adequado para depositar meus amados ovos…
Cão: – Um ninho?
Mosquito: – Sim!…Um ninho pode-se dizer… Um local com água parada…
Cão: – Água parada?
Mosquito: – A água tem que estar parada… Imóvel… Para que minhas crianças possam desenvolver-se…
– Talvez um vaso de planta… Um pneu velho… Um balde ou lata sem tampa… Uma casca de ovo… Uma tampinha de garrafa…
Cão: – Tampinha de garrafa?
Mosquito: – Sim!…Qualquer objeto ou local com um mínimo de água já basta…
– Ponho meus ovos e, em dez dias, milhares de cópias minhas estarão por aí… Famintas de sangue…
Cão: – E sem a água parada?
Mosquito: – Eu não posso ter meus filhotes e vou morrer…
– Meus ovos podem sobreviver por 450 dias, mas minha vida é breve… Só sou famosa porque os humanos são descuidados…
Cão: – Descuidados? Como assim?
Mosquito: – Cachorro tem rabugem… Sarnas como dizem…
– Por que você pegou sarna? Porque seu dono não lhe deu banho, certo?
– Por que o rato transmite doenças para as pessoas? Porque as pessoas não limpam direito suas casas… Os ratos só sobrevivem onde encontram comida e abrigo…
Cão: – Certo! Estou entendendo…
Mosquito: – Eu? Por que estou aqui? Porque alguém, por descuido ou preguiça, não esvaziou uma velha garrafa jogada fora… Não cobriu um pneu velho… Esqueceu de fechar a caixa d’água… Regou em demasia um vaso de planta…
Cão: – Tão simples! Tão simples!
Mosquito: – Simples e fácil, mas os humanos são descuidados.
– Se não limpam nem mesmo a própria casa, imagine se vão limpar ruas, calçadas, terrenos baldios…
_ O meu medo é se as autoridades começarem a agir…
Cão: – É mesmo… Se começarem a carpir terrenos descuidados, vistoriar casas e punir os sujinhos, pôr raticidas nos locais apropriados… Caminhão com fumaça anti-pernilongos… Tratar a água com cloro, acabar com focos de infestação, dar mais atenção à saúde pública, zelar pela coleta de lixo… Mas seria pedir muito… Um sonho!
Mosquito: – É meu pesadelo! Meu medo!
Cão: – Se as pessoas levassem a saúde pessoal a sério, e cada um fizesse a sua parte, nada disso aconteceria… Mas… As pessoas jamais terão essa consciência ecológica!
Mosquito: – Por que não?
Cão: – Porque as mais velhas não estão nem aí para tal problema… Só pensam nelas mesmas… Não olham para o mundo como um bem comum…
Mosquito: – Não? Ainda bem!
Cão: – Claro que não! Você mesmo deve ter visto pessoas jogando lixo na água… Água é um bem comum, pertence a todos nós, seres vivos.
– A água é um bem precioso para a vida, o local onde vivem os peixes que servem de alimento, que faz as plantas crescer… Que sacia a sede… Que controla a temperatura do planeta… A água é muito importante.
Mosquito: – É verdade, mesmo!
Cão: – Não só a água, mas também a mata, as árvores que dão frutas… Os pássaros que comem as frutas e semeiam as sementes…
– Nós vivemos num ecossistema e, quando algo nele é destruído, tudo começa a dar errado… Os rios assoreiam e secam… As árvores morrem… Os pássaros desaparecem… A pobreza se instala…
Mosquito: – Que bom!Que bom!
Cão: – Bom coisa nenhuma… Os animais invadem os espaços que não são seus… Por isso você e o rato estão aqui…
– Chamam vocês de pragas, mas quem os chamou quem abriu as portas de suas casas para vocês, foram os humanos… Foram eles que os alimentaram com sua falta de higiene, sua falta de consideração por seus semelhantes, seu desamor pela natureza…
Mosquito: – Então nós, animais, não somos os únicos culpados por tantas doenças?
Cão: – No fundo… No fundo, não…
– Os humanos destroem habitats naturais e, com eles os predadores originais. Esquecem que não são os únicos seres vivos no planeta… Desrespeitam a mãe natureza que trata a todos nós como filhos…
Mosquito: – Do jeito que você fala o mundo não tem futuro!
Cão: – Tem futuro, sim! Tem muito futuro!
Mosquito: – Com tudo o que está acontecendo… Ainda tem futuro?
Cão: – Sim, o futuro está com as crianças.
Mosquito: – Com as crianças?
Cão: – Sim! Elas podem salvar o mundo…
– Se os adultos não têm mais nada para contribuir, as crianças, com sua simplicidade e amor a tudo o que é vivo, podem auxiliar…
Mosquito: – Mas como?
Cão: – Sendo menos egoístas… Estudando para aprender e entender a vida… Sentindo que cada uma delas é uma pequena parte deste lindo planeta… E que a Terra é como um grande barco que leva todos nós através do rio do tempo, pelo mar do espaço… E que, se esse barco naufragar, tudo estará perdido…
Mosquito: – Incrível! As crianças!Minhas deliciosas crianças!
Cão: – Sim! São as crianças que herdarão a Terra… Elas devem aprender por si próprias, já que os adultos estão cegos pela ganância, vaidade e poder, e nada podem ensinar…
Mosquito: – É verdade!…É verdade!…Tomara que não consigam…
Cão: – As crianças devem tratar a Terra como mãe dadivosa que tudo dá de graça… Devem aprender a respeitar todos os seres vivos… Não devem roubar o que os outros conquistaram com trabalho…
– Acabar com a inveja, que é a incapacidade de produzir… Com a ganância que tira o necessário de quem pouco tem… Com a intolerância, sabendo que o mundo é de todos… Respeitar os limites impostos pela lei e pela sociedade… Cobrar o que é de direito… Fiscalizar o bem comum…
Mosquito: – É um trabalho muito difícil para seres tão frágeis!Nunca conseguirão…
Cão: – Mas um dia terá de ser executado…
– Se os humanos querem o controle terão que disputá-lo palmo a palmo com os outros seres vivos que povoam a terra…
Mosquito: – Como assim… Disputar?
Cão: – O jogo está empatado… E, se continuarem os humanos com seu descaso pela natureza, a vitória das pragas…
Mosquito: – Será uma grande festa! Sem os humanos, o mundo voltará a ser só nosso…
Cão: – Hei! Vem vindo gente!
Mosquito: – Lá vem encrenca!

(Fim do I Ato)
Ato II

(Meninos em frente a um terreno baldio – estão com uma bola)

Beto: – Nooossa, Dudu! Olhe o que fizeram com o nosso campinho!
Dudu: – Jogaram lixo no nosso campinho!
Beto: – Que sacanagem!
Dudu: – Sacanagem? Não! Isso é falta de educação, estão sujando o terreno do Seu Jorge…
Beto: – Pobre do Seu Jorge! Estava pensando em construir e olha o que fizeram!
Dudu: – Não se pode jogar lixo em terreno baldio… Vem um e joga papel de picolé… Vem outro e joga uma sacola com lixo… Logo, logo, já tem até sofá velho… E geladeira…
Beto: – Enquanto é só papel é fácil limpar, mas uma montanha de lixo… Coitado do Seu Jorge… Vai ter que pagar um caminhão para retirar toda essa porcaria…
Dudu: – E, além disso, lixo é chamariz de doenças…
Beto: – É mesmo!…Barata… Escorpião… Rato… Pernilongo…
Dudu: – Um cachorro!
Beto: – Cachorro não é praga!
Dudu: – To vendo um cachorro…
Beto: – É o Zecão… O cachorro do Seu Ary Osvaldo…
Dudu: – O que ele está fazendo aqui?
Beto: – Você não soube? O seu Ary Osvaldo o pôs porta afora…
Dudu: – O que ele fez? Mordeu alguém?
Beto: – Que nada! Zecão é boa praça! Pegou rabugem…
Dudu: – Tenho medo de pegar doenças… É bom nem chegar perto desse sarnentinho!
Beto: – Que é isso, Dudu?! Rabugem se cura fácil! É só dar banho com um sabonetinho especial…
Dudu: – Vai ver que é muito caro e o Seu Ary Osvaldo não tem dinheiro…
Beto: – Se o Seu Ary Osvaldo não tem dinheiro, quem vai ter? E depois, o sabonete é bem baratinho…
Dudu: – Tão barato e o Seu Ary Osvaldo não comprou!
Beto: – Ele é muito ocupado. Vai ver que não teve tempo, não quis comprar… Sabe como é gente adulta, cheia de não-me-toques…
Dudu: – Nada disso, Beto. Às vezes as pessoas não estão preparadas para cuidar de um cachorro.
Beto: – É verdade! Um filhote é lindo, todos querem… Mas esquece que um animal tem que tratar, dar banho, matar as pulgas, dar um vermífugo, vacinar contra a raiva e outras doenças…
Dudu: – Será que o Zecão foi vacinado?
Beto: – Do jeito que o Seu Ary Osvaldo é! Duvido!
– Se pegou rabugem, nem banho dava…
Dudu: – Vem cá, Zecão!
Beto: – Vem cá, amigão!
– Zecão é inteligente… Gosta de brincar… Vou cuidar dele…
Dudu: – Não tem medo de pegar rabugem?
Beto: – Que nada! Passo no veterinário e depois compro um sabonete anti-sarna e, com ele, dou um bom banho no Zecão. Uns três banhos e ele estará novinho em folha…
Dudu: – E, com certeza, muito feliz!
Beto: – Viu Zecão? Vou levar você para a minha casa… Cuidar de você e também fazer uma casinha.
Dudu: – Beto!…Não precisa exagerar!
Beto: – Todo cachorro tem que ter um cantinho só seu.
Dudu: – Eu, hem!
Beto: – Dudu, não tem hora que você gosta de ficar sozinho, sonhando… Inventando histórias?
Dudu: – Tem, sim.
Beto: – Então… Cachorro é a mesma coisa… Tem momentos em que quer ele quer ficar sozinho.
Dudu: – Cada coisa!
Beto: – Ele pode querer roer um osso bem sossegado…
Dudu: – Tirar uma soneca…
Beto: – Fugir de um gato…
Dudu: – Só se for medroso!
Beto: – Se esconder do dono…
Dudu: – Fugir da chuva…
Beto: – Se esconder do frio…
Dudu: – Se proteger…
Beto: – Isso mesmo! Se proteger da raiva!
Dudu: – Raiva é raiva?
Beto: – Como assim?
Dudu: – É réiva? É braveza?
Beto: – Não, não… O nome é hidrofobia. O cachorro começa a babar e quer morder quem chega perto… Acho que ele fica meio doidão.
Dudu: – Meio doidão?
Beto: – É sim! Foge da luz, fica todo maluco… Pelo ouriçado… Dentes à mostra… Baba demais…
– Se morder alguém, a pessoa adquire a tal hidrofobia e morre…
Dudu: – Tem cura?
Beto: – Não tem cura…
Dudu: – Coitado!
Beto: – É mesmo! O único modo de dar alívio ao animal é sacrificando-o…
Dudu: – Sacrificando?
Beto: – Um nome bonito para dizer matar.
Dudu: – Mas você não falou que o cão pode ser vacinado?
Beto: – Com certeza, tem que ser vacinado. Assim ele não contrai a doença e, se alguém for mordido por um cão desconhecido, tem que tomar vacina também… Imediatamente…
Dudu: – Fácil… Fácil…
Beto: – É sim… E também tem que levar o cachorro no posto de vacinação. Lá, ela é grátis e todo ano tem campanha… Ou então tem que levar no veterinário… A vacina é bem baratinha.
Dudu: – Vai vacinar o Zecão?
Beto: – Vou pedir para o meu pai levar o Zecão no posto de vacinação. Só cachorro com mais de 45 dias de vida pode ser vacinado.
Dudu: – Aí, Zecão! Vai ter vida de rei! Uma casinha nova… Um bom banho… Roupinha nova… E vacinado… Uau!
Beto: – Vai esquecer até a casa bacana do Seu Ary Osvaldo…
Dudu: – Com certeza já esqueceu!
Beto: – Vou cuidar muito bem do Zecão, mas sem banho e sem remédio, nem chegue perto! Fica ali, Zecão… Isso! Deitadinho… Depois vamos para casa, amigão…
Dudu: – Beto! Acho que vi um rato! Eu vi um rato…
Beto: – Esse lixo já começou a dar problemas…
Dudu: – Problemas?
Beto: – Rato em lixo é encrenca pura!
Dudu: – Por quê?
Beto: – Rato procura comida e abrigo. Se achar vira uma praga!
Dudu: – Rato é praga?
Beto: – E das piores… Têm muitos filhotes… Procriam demais… Trazem doenças…
Dudu: – Rato traz doenças?
Beto: – E como traz!
Dudu: – Me conta… Me conta…
Beto: – Os ratos são portadores de uma bactéria, que é um bichinho muito pequenininho, chamada leptospíra… A infecção humana resulta da exposição à urina de animais doentes…
Dudu: – Se entendi bem, essa tal leptospíra está no xixi do rato?
Beto: – Isso mesmo! Quando o rato come, ele ao mesmo tempo, faz xixi e cocô…
Dudu: – Incrível!
Beto: – Então, em qualquer lugar em que o rato se alimente ele faz a maior caca… No saco de farinha… Na panela de arroz… No pão descoberto… Em cima da mesa… No lanchinho sem embrulho… No saquinho de biscoito…
Dudu: – Mas o rato é mesmo uma praga, hem?
Beto: – Por isso, o lugar onde tem cocô de rato tem que ser higienizado, a comida em que ele mexeu jogado fora… A água em que ele fez xixi não pode ser tocada…
Dudu: – Nem a água?
Beto: – Nem a água… Por isso, andar em rua alagada, brincar em esgoto, pôr os pés em água parada é um grande perigo.
Dudu: – Grande perigo?
Beto: – Sim! Caso tenha ratos no pedaço, a urina é levada pela água e, com ela, todos aqueles bichinhos, as leptospíra, entram através dos poros da pele…
Dudu: – Dos poros da pele?
Beto: – Não precisa ter nenhum arranhão… É o contato demorado com a água que captura a tal bactéria.
Dudu: – E daí?…
Beto: – Daí que a pessoa infectada, entre sete a catorze dias, começa a ter hemorragia, os rins param de funcionar… O pulmão começa a falhar… Tem uma pneumonia… Muita dor…
Dudu: – Que coisa horrível!
Beto: – Rato é assim mesmo. Tem que ter muito cuidado. Se ele se apossar de um local, só mesmo desratizando para ele ir embora.
Dudu: – Desratizar é o mesmo que matar o rato?
Beto: – Desratizar é pôr veneno, ratoeira… Quem faz isso é a prefeitura. Ela tem os técnicos e as iscas certas e aprovadas para erradicar com segurança o problema.
Dudu: – Iscas, Beto?
Beto: – Sim… Isca é um veneno fatal… Mas só é aconselhado utilizá-lo sob a orientação de um técnico…
Dudu: – Por quê?
Beto: – Se outro animal comer ou uma criança pequena puser na boca, se envenena na hora…
Dudu: – Morre que nem rato?
Beto: – Se não for tratada imediatamente, morre.
Dudu: – Então, se uma criança comer por engano, o que se deve fazer?
Beto: – Tem que imediatamente procurar socorro médico… Por isso, não é bom usar qualquer tipo de veneno nas casas… É melhor uma ratoeira, mas o melhor mesmo é manter a casa limpa.
Dudu: – Então, limpeza é fundamental?
Beto: – Sim… Fundamental… O rato só permanece em locais onde tenha comida… Se a panela estiver fechada… Os alimentos bem acondicionados… O forno do fogão limpinho… Pães e doces em potes fechados ou lugares seguros, o rato desiste e vai procurar alimento em outro local…
Dudu: – O rato é bem espertinho…
Beto: – Por demais… Basta um ralo aberto, um buraco na parede, uma telha mal colocada, uma porta aberta… E lá vem o esperto invasor…
Dudu: – Mas um bom gato caçador resolve o problema…
Beto: – Nem sempre… Às vezes o rato entra num buraco e fica horas na espera do gato ir embora.
Dudu: – Doença de rato tem vacina?
Beto: – Tem não… Tem não…
Dudu: – Então, é fatal?
Beto: – É sim… E traz muito sofrimento, mas é tão fácil de evitar… Tão fácil não se contaminar… É só manter tudo limpinho…
Dudu: – Então, essa é a melhor maneira de evitar o contágio?
Beto: – É sim… Limpar bem a casa… Não andar descalço… Não comer alimento onde o rato fez xixi.. Evitar ruas e locais alagados por chuvas… Não brincar em poças de água parada…
Dudu: – Até isso?
Beto: – Até isso! Sim. Quem quer ter saúde tem que se cuidar…
Dudu: – Acho que vamos ter que dar um susto nesse rato que eu vi…
Beto: – Dudu vamos tirar o lixo do campinho?
Dudu: – Legal… Seu Jorge vai ficar muito contente…
Beto: – E nós poderemos jogar bola num lugar bem limpinho…

(Começam a tirar os sacos de lixo)

Beto: – Vamos colocar na calçada para o caminhão do lixo levar…
Dudu: – Bem que os porquinhos que jogaram todo esse lixo aqui poderiam ter feito isso…
Beto: – É só colocar o lixo em local apropriado e o lixeiro leva no horário certo…
Dudu: – É muito descaso com a vizinhança jogar lixo em casa alheia…
O rato vai ficar sem casa… O rato vai ficar sem casa…
Beto: – Se encontrar lugar com água parada tome cuidado.
Dudu: – Por quê?
Beto: – É um ninho para os mosquitos porem seus ovos…
Dudu: – Mais essa…
Beto: – É sim… O mosquito da dengue sempre procura locais com água parada para pôr seus ovos…
Dudu: – A dengue está virando uma epidemia, não é, Beto?
Beto: – Ta mesmo! Mas tem solução…
Dudu: – Tem solução? Qual é?
Beto: – Acabar com os locais onde ele desova…
Dudu: – E que locais são esses?
Beto: – Qualquer lugar onde tenha água parada…
Dudu: – Qualquer lugar?
Beto: – Sim… Latas jogadas… Pneus velhos… Calhas abandonadas… Prato de vaso de plantas sem areia… Caixa d’água aberta… Bebedouros de animais domésticos sem troca diária de água… Potes, filtros, garrafas e latões de água com sobras de líquido… Ralos, lixo, baldes e bacias e, casas desocupadas…
Dudu: – Ei! Assim não sobra nada…
Beto: – Elas põem ovos até em casca de ovo e tampinha de garrafa… É só ter o mínimo de água…
Dudu: – Bichinho danado de esperto, hein!
Beto: – É o transmissor da dengue…
Dudu: – Essa dengue ta dando o maior trabalho é uma confusão… Mas, Beto, afinal o que é a dengue?
Beto: – A dengue é uma doença transmitida por um mosquito, na verdade uma “mosquita”, pois o macho se alimenta de néctar das flores, é chamado Aedes aegypti
Dudu: – Vou guardar esse nome: Aedes aegypti
Beto: – A dengue é transmitida pela fêmea do Aedes aegypti… Ela pica a pessoa e, se estiver infectada, a pessoa começa a sentir os sintomas entre sete e quinze dias…
Dudu: – E quais são os sintomas?
Beto: – Os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo, principalmente nas articulações, e dor de cabeça… Também podem ocorrer náuseas, vômitos e manchas vermelhas pelo corpo.
Dudu: – E aí, o que se faz se aparecerem esses sintomas?
Beto: – Deve-se procurar o posto de saúde ou pronto-socorro mais próximo… Depois ficar em repouso e beber muito líquido…
Dudu: – Como eu vou saber se o mosquito que me picou é o Aedes?
Beto: – O Aedes é escuro e rajado de branco e ataca durante o dia…
Dudu: – Como aquele que está ali?
Beto: – É o próprio…
Dudu: – Vamos fugir Beto! Eu não quero pegar dengue!
Beto: – Fique calmo, Dudu! Essa aí está procurando um local para desovar…
Dudu: – Como você sabe?
Beto: – Ta bem gordinha não ta?
Dudu: – Acho que está grávida!
Beto: – Vamos acabar com a alegria dela… Vamos continuar a limpar esse terreno… Ela não vai encontrar um ninho e vai morrer…
Dudu: – Vamos limpar mais rápido, Beto. Antes que ela nos pique…
Beto: – Essa aí não pica mais…
Dudu: – Mas veja o bicão que ela tem!
Beto: – Ela pica porque necessita de sangue para maturar seus ovos… Agora ela só pensa em preservar a filharada…
Dudu: – E parece que são muitos…
Beto: – São milhares… Levam menos de três dias para virarem larvas, mas precisam de água parada para se desenvolverem…
Dudu: – Vamos ver se tem algum local ou objeto com água parada…
Beto: – Tem que lavar os objetos se já tiverem um foco de transmissão…
Dudu: – Como assim?
Beto: – Os ovos sobrevivem por até 450 dias na parede seca dos objetos contaminados… Quando chover e o objeto armazenar água, todo o ciclo se reinicia…
Dudu: – Ciclo?
Beto: – Ovo… Larva… Pupa… Adulto… Entre sete e 10 dias eles já estarão voando…

(Procuram e não acham nenhum foco… o mosquito está morrendo)

Dudu: – Só achei um brinquedo velho jogado fora…
Beto: – É um perigo! Até brinquedos abandonados viram foco dessa doença…
Dudu: – Olhe! O rato fugiu!
Beto: – O terreno está limpinho e o rato detesta limpeza…
Dudu: – O mosquito morreu…
Beto: – Não achou lugar para desovar… Essa aí não pica mais ninguém…
Dudu: – Ufa! Que trabalhão! Limpamos o terreno. Seu Jorge vai ficar contente…
Beto: – Tomara que não apareçam outros porcos para sujarem o terreno do Seu Jorge…
Dudu: – É uma falta de educação jogar lixo no terreno dos vizinhos…
Beto: – É mesmo! Lixo tem que ser ensacado e colocado no lugar certo para ser recolhido… Se possível, separar vidros, plásticos e papel dos outros resíduos domésticos…
Dudu: – É mais fácil para o caminhão levar…
Beto: – E não é só isso! É muito mais fácil de reciclar.
Dudu: – Reciclar?
Beto: – Reaproveitar… As indústrias compram papel, latinhas de alumínio, garrafas plásticas e reaproveitam tudo…
Dudu: – Reaproveitam?
Beto: – Desmancham tudo e transformam novamente em outros objetos… Isso evita a destruição de florestas e de recursos não renováveis…
Dudu: – Que papo, hein?!
Beto: – Cada quilo de papel velho reciclado evita o corte de muitas árvores… Cada latinha de alumínio reutilizada evita a retirada de mais minérios e, além disso, fornece trabalho e fonte de renda para centenas de pessoas que catam esses objetos e vendem…
Dudu: – Tem gente que compra latinha usada?
Beto: – Tem… E pagam um bom preço… Em vez de jogar no lixo, o bom mesmo é ir guardando e, quando tiver um montão, amassar e vender nos locais que compram…
Dudu: – Vou fazer isso e talvez compre uma bola nova… Um caderno…
Beto: – Uma bicicleta…
Dudu: – Nooossa! Uma bicicleta é meu sonho!
Beto: – Eu quero comprar livros…
Dudu: – Livros, Beto?!
Beto: – Livros guardam conhecimento e eu quero conhecer muitas coisas, quero aprender sobre pessoas, animais, sobre o nosso planeta…
Dudu: – Até sobre o nosso planeta?
Beto: – Claro Dudu! Quem não conhece o lugar onde vive, não conhece muita coisa…
Dudu: – É mesmo!
Beto: – Não pode dar informação sobre nada… Não tem um bom diálogo com as outras pessoas… Não sabe o que é bom ou ruim para a saúde… Não conhece nada de pássaros, rios, bichos e plantas de outros lugares…
Dudu: – É verdade! Os livros e revistas estão cheios de conhecimento, alguns muito importantes, não é, Beto?
Beto: – Eu sei tudo sobre a dengue e doenças transmissíveis… Meu pai sempre fala comigo… Explica as coisas da vida… Os cuidados que eu devo ter… Como me proteger… Como tratar as pessoas… Como me comportar…
Dudu: – Seu pai é dez!
Beto: – Meu pai e minha mãe são as pessoas mais importantes na minha vida… São eles que me orientam e me educam… Eu sou o que eles me ensinaram a ser… Estou sempre perguntando… Sou apenas uma criança tentando aprender a viver… Eu quero ter uma vida muito bacana… Quero cuidar da minha saúde, da saúde das plantas e dos animais…
Dudu: – Você vai ser cientista, Beto?
Beto: Quem sabe!… Quem sabe!… Mas eu sei que sou um ser humano… O bicho mais inteligente que existe… A consciência da Terra… Sei que estou aqui para ser feliz e zelar por tudo o que existe… É isso aí, Dudu… Eu sou um zelador da vida…
Dudu: – Gostei dessa!… Um zelador da vida…
Beto: – Se cada um de nós fizer a sua parte, ajudando a preservar a natureza, os rios, as matas, as águas… Não sujando os lugares públicos, preservando o que é nosso e dos outros, como ruas e calçadas… Isso aqui vira um paraíso…
Dudu: – Hoje nós ajudamos, não ajudamos Beto?
Beto: – Ajudamos o Seu Jorge limpando o terreno dele… Ajudamos a sociedade, matando o mosquito da dengue… Afugentamos um rato que pode transmitir doenças… Ajudamos a nós mesmos, fazendo o bem… E ajudamos o Zecão…
Dudu: – Vem, Zecão… Vamos jogar bola no nosso campinho bem limpinho, vem…

(Beto, Dudu e Zecão ficam jogando bola)

F I M

Autor: GASTÃO FERREIRA/IGUAPE/SP
www.gastaodesouzaferreira.blogspot.com

OBS:- SE UM GRUPO DE TEATRO AMADOR ESTIVER A FIM

QUE REPRESENTEM A PEÇA(A DENGUE É PROBLEMA NACIONAL)

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