O FANTASMA


O FANTASMA

Dona Carminha, uma mulher muito rica faleceu repentinamente. Viúva e sem filhos sua fortuna ficaria com Heitor sobrinho de seu marido, disse a lei, mas na verdade não era essa a vontade da falecida…

Carminha nasceu pobre e desde menina trabalhou para ajudar os seus. Sempre prestou serviço em casas de pessoas abonadas e conhecia regras e etiquetas. Aos quinze anos Rodolfo apareceu em sua vida e foi amor à primeira vista, filho de pescador e também pescador, entre juras de amor eterno uma gravidez precoce e Marcos veio ao mundo.

Marcos não chegou a conhecer o pai, Rodolfo foi encontrado em estado de decomposição três dias após seu barco ter afundado durante uma tempestade e em choque Carminha foi encaminhada a maternidade e realizou-se o parto.

No próprio hospital Marcos foi dado em adoção e Carminha entre lagrimas entregou o fruto de seu amor a um casal sem filhos, Ester e Antonio, pois tinha plena consciência de que não poderia criá-lo, mas jurou que o protegeria mesmo de longe e que jamais o esqueceria.

Carminha foi trabalhar na capital, queria esquecer o passado e começar vida nova. Sua beleza e simplicidade chamaram a atenção de Mario um rico industrial com o qual se casou. Nunca contou a respeito de Marcos e o tempo foi passando. Mario gostava de presentear a esposa com jóias, as quais eram guardadas num cofre secreto.

Marcos estava com sessenta anos, perdera os pais ainda jovem e muito lutara para sobreviver, era pintor de paredes. Há alguns meses começou a ter um estranho sonho:- Uma senhora muito bem vestida aparecia a seu lado e o chamava de filho, dizendo que tinha um presente reservado somente para ele e que tal presente estava num cofre, mostrava um palacete, uma rua arborizada e sussurrava o código do cofre.

A cada noite o sonho se repetia e aumentava em detalhes, Marcos já sabia o nome da rua, o número da casa, o bairro e a cidade. Devo estar ficando louco pensava Marcos, essa mulher do sonho não tem nada a ver com minha mãe dona Ester, a senhora do sonho diz se chamar Carmem. Bem! Irei até o endereço indicado, pois não tenho mais sossego é só deitar que começo a ver o vulto de dona Carmem.

Marcos tocou a campainha e Heitor atendeu a porta. Marcos estava apavorado, o palacete era o mesmo do sonho. Pediu desculpas e contou a Heitor tudo o que ocorria com ele. Heitor achou estranho, mas o nome Carmem não podia ser ignorado. Como Marcos que morava numa pequena cidade do interior, que segundo ele nunca estivera na capital podia descrever em detalhes o interior do palacete? O que não batia era a história do cofre, Heitor sabia que na sala descrita por Marcos não havia cofre, mesmo assim levou Marcos até o cômodo.

Marcos apontou para o centro da parede e disse: ”- No sonho é aqui que está o cofre!” Heitor examinou o local e notou pequenas falhas na pintura:-“ Algo está errado! Essas marcas não deviam existir.”As marcas formavam um quadrilátero e resolveram remover a tinta, realmente um cofre estava embutido na parede.Marcos falou os números do código e Heitor abriu o cofre. Muitas jóias, muitos dólares e uma cartinha.

Na carta a história de Carmem seus pequenos e grandes segredos, tudo estava ali e assim finalizava:- Heitor meu sobrinho! Toda a riqueza acumulada por seu tio Mario está em seu nome. Estas jóias e dólares foram guardados durante toda a minha vida para meu filho Marcos, o que dei em adoção a Ester e Antonio. Tenho certeza que depois que a morte me levar de algum modo o conduzirei a essa sala e gostaria, que você de bom coração permita que ele receba a herança de sua verdadeira mãe para que enfim eu possa descansar em paz.

Gastão Ferreira

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