Ao gato Léo… Obrigado

Gato Léo… Obrigado!

Os bichos têm alma, sentimentos, preferências… São anjos de Deus, disfarçados em animais. Nossos acompanhantes nessa jornada existir. Aceitam-nos sem impor condições. Ciumentos, possessivos, adoram um carinho e o retribuem sem nada exigir.
O gato Léo foi embora, Léo foi namorar e desapareceu, Léo foi assassinado. Mais um amigo que se vai, mais um ser vivo para lembrar. Era apenas um gato! Alguém pode pensar.
Um gato, um cão, um passarinho… Tudo é vida! Qual a diferença entre matar um homem ou um animal de estimação? Somos todos oriundos da mesma fonte divina… Quem não respeita um bicho, não respeita uma criança, um velho, um deficiente físico.
O homem se diz rei da criação! Mas, que rei é esse que agride gratuitamente, corrompe, rouba, mata, estupra, danifica? Soberano na inveja, na maledicência, no egoísmo, na maldade gratuita.
Morre a matéria, a alma se liberta. Nada acaba em definitivo. O espírito do homem sonha com um futuro paraíso e a alma do animal, com que sonha? Animal não mente, não semeia nem colhe, somente existe e compartilha do medo, da fome, da vilania, da indiferença ou do amor humano.
Gatos não morrem jamais! Ficam por aí arranhando sofás de nuvens, perseguindo ratos de vento, caçando passarinhos invisíveis em invisíveis árvores, namorando a lua, espiando nos aquários de neblina, miando nos telhados da noite, espreitando os ninhos.
Gatos não se transformam em retratos nas paredes. Falecem, mas, continuam esfolando nossas lembranças. Ficam na saudade, nas fotos, numa lágrima furtiva… Gatos não desaparecem da memória de seus donos! Ficam deitados invisíveis nas soleiras das portas num ditoso abandono. Dormem felizes em sofás feitos de sonho, passeiam entre nossas pernas como acariciante aragem, nos vigiam e nos amam… Não com o amor humano! E sim, com aquele amor incondicional. Com o apego total, com o qual somente os animais são capazes de demonstrar o seu intenso afeto.
Gato Léo, seu safado! Léo assassinado… Perdoa a vilania que habita o coração do homem que se diz civilizado e sapiens… Agora teu nome é saudade, eu continuarei a sentir a tua silenciosa presença muitas e muitas vezes, nas nuvens, no vento, na calma lembrança das tardes compartilhadas no terraço de casa, no ronronar suave da memória, nas fotos, nos beija-flores que me visitam… Olhos de luz! Breve miado… Pelo macio… Brisa passageira, que por um breve momento compartilhou de minha existência e espantou para longe de mim a solidão… Obrigado!

Gastão Ferreira/2013

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