Somos todos passageiros…

O PSICÓLOGO

         Jean Píer
tinha seus pequenos problemas e sofria feito um condenado. Perto de completar
15 primaveras e 34 verões, estava chegando aos cinquenta outonos… Uma
criança, perto da idade de Matusalém, dizia.
         O
“pequeno problema” de Píer é que nunca conseguiu definir sua opção sexual.
Passava seis meses como Jean e oito meses como Juanita, a excêntrica. Píer
curtia esportes radicais e Juanita adorava bordado, um bebia cachaça a outra
cidra e champanha, um gostava de sambar a outra dançava balé. Esse estilo de
vida estava acabando com o moço e ele finalmente resolveu procurar um
psicólogo.
         Adentrou
a casa de vovó Nachel e foi logo exigindo; – “Quero um Paletó Vermelho”, todos
sabiam que tal pinga era para macho, “encontrei um psicólogo que resolveu meu
probleminha”, sussurrou como a querer trocar segredos com a vovó. “Que bom!”
disse a velhinha, “o que ele falou?”
         – “Falou
que tudo na vida é passageiro…”
         – “Muito
interessante! O doutor é um gênio.”
         –
“Também falou que a vida é minha e que ninguém paga a minha conta de água e
luz…”
         –
“Caramba! O cara é bom de mais… Deu resultado a consulta?”
         – “Sim,
as mulheres me seguem na rua, admiram meu porte atlético, meu sorriso viril,
pedem que eu lhes pague rodadas de cerveja e tira-gostos…”
         –
“E?…”
         – “Ainda
não encontrei o motel ideal para iniciar minha carreira de garanhão…”
         –
“Ohhh!… Você não pode perder tempo, meu filho.” Disse vovó Nachel.
         – “Eu
sei vovó, afinal, como disse o psicólogo; – Tudo na vida é passageiro…”
         – “E como
fica o motorista e o cobrador?” Perguntou vovó.
         – “É
mesmo! E tem também o fiscal…”
         – “É verdade!
Será que o doutor era um charlatão?”
         – “Que
nada garoto! Não esquenta… Nada como um dia atrás do outro…”
         – “Não
fale assim que eu posso ter uma recaída!”
         – “Mas
por que uma recaída?”
         – “Essa
coisa de um atrás do outro é fatal…”
         – “Píer!
Beba outra cachaça…”
         – “Não
vovó Nachel! Ainda tem daquela cidra super gostosa de que tanto gosto?”
         – “Ah
Juanita! Bem vinda ao mundo real, menina…”
        
Moral da história:- Não misture! Tem gente que gosta
de pinga, tem gente que gosta de vinho, tem quem goste de champanha… O
importante é ser feliz! Não esquente com o motorista e o cobrador… Siga a
viagem e aproveite cada segundo de sua vida, assim como você ela é única e
intransferível… Bom Voyage.
Gastão Ferreira/2012
         

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